Dyogo Oliveira: o ministro reconheceu as dificuldades de ser votar a reforma em 2018, antes das eleições (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 16h58.
Brasília - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, reafirmou nesta segunda-feira, 11, que o governo continua "trabalhando arduamente" pela aprovação da reforma da Previdência ainda este ano e lembrou que a discussão da proposta no plenário da Câmara dos Deputados deve começar na próxima quinta-feira, 14. Segundo ele, até lá, a equipe econômica ainda tentará aprovar também medidas importantes para o Orçamento de 2018, como a reoneração da folha de pagamentos e a tributação de fundos exclusivos.
"Teríamos então até quinta-feira para votar outras propostas em tramitação que são importantes para o Orçamento do próximo ano. A reoneração da folha e a tributação de fundos exclusivos são prioridades. O esforço não é unicamente direcionado para a Previdência", afirmou, após o lançamento do Painel de Custeio Administrativo do governo federal.
Questionado sobre o fato desses projetos ainda nem terem tido seus relatórios apresentados em suas respectivas comissões no Congresso, o ministro respondeu que o Parlamento costuma acelerar os procedimentos em dezembro.
"Essas medidas para Orçamento de 2018 podem ser aprovadas até o fim deste ano. Queremos aprovar ainda neste ano esses dois projetos. Já as medidas sobre funcionalismo público podem ser aprovadas no começo de 2018, em fevereiro, sem prejuízo para o Orçamento do próximo ano", completou o ministro.
Durante a coletiva, Dyogo Oliveira reforçou diversas vezes que o governo "não jogou a toalha" sobre a aprovação da reforma da Previdência neste ano e reconheceu as dificuldades de ser votar a reforma em 2018, antes das eleições. "Precisamos passar reforma da Previdência.
Se não for neste ano, tem que ser no próximo ou no outro. Mas temos hoje uma ótima opção de tratar a Previdência de maneira menos custosa para sociedade", argumentou. "Quanto mais demorar a reforma, mais duras terão que ser as medidas de ajuste. Quando o tempo passar, o custo de se fazer a reforma será mais alto", acrescentou.
Segundo ele, muitos parlamentares ainda não compreendem a proposta de mudanças nas aposentadorias. Perguntado sobre a possibilidade de liberação de mais emendas aos congressistas, o ministro respondeu apenas que ainda há questões de "alianças políticas" que também estão sendo tratadas.
"O governo está com força total para viabilizar aprovação da reforma da Previdência. Se a reforma não avançar, o mercado pode mudar avaliação sobre o Brasil, e à medida que o risco-país sobe, há uma cadeia de efeitos negativos que levam a menos crescimento, menos emprego e mais inflação. A aprovação da reforma está diretamente ligada à capacidade de crescimento do País", concluiu o ministro.