O ministro dos Transportes, César Borges: "O máximo a ser gasto em 2014 é R$ 267 milhões", afirmou o ministro (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2013 às 20h27.
Brasília - O Governo informou nesta sexta-feira que tem reservado em seu orçamento de 2014 recursos no valor de R$ 267 milhões para o trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo que serão usados no projeto executivo da obra apesar do adiamento da licitação.
O uso desses recursos foi confirmado quatro dias depois que o ministro dos Transportes, César Borges, anunciou um adiamento "de pelo menos um ano" da licitação para a que será a primeira linha de trem de alta velocidade da América Latina.
Os consórcios interessados tinham prazo até esta sexta-feira para entregar suas ofertas, mas o Governo decidiu adiar a licitação por pedido de um grupo de empresas espanholas e outro de alemãs, que queriam mais tempo para definir suas propostas.
Borges assegurou que, apesar do adiamento, o Governo vai continuar trabalhando no projeto executivo do trem de alta velocidade.
"O máximo a ser gasto em 2014 é R$ 267 milhões", afirmou o ministro em declarações a jornalistas.
O funcionário esclareceu que o previsto no orçamento poderá ser usado ou não dependendo das diferentes licitações que forem realizadas para dar continuidade ao planejamento do projeto.
Ele acrescentou que outros recursos poderão ser agregados ao orçamento nos próximos anos para os estudos técnicos dependendo da necessidade e disse que o Governo não tem uma previsão de quanto poderá custar o projeto executivo.
Segundo uma versão divulgada esta semana pelo jornal "O Globo" e baseada em cálculos do presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, o Brasil gastará R$ 1 bilhão no projeto executivo antes de o trem sair do papel.
"Posso lhes assegurar que não gastaremos isso. Nunca chegaremos a esse número", disse o ministro.
Apesar do ministro reiterou que o adiamento foi necessário para dar tempo às empresas interessadas a organizar seus consórcios, versões de imprensa indicam que o Governo considera que a atual conjuntura política não é propícia para a obra.
Além dos protestos de milhões de brasileiros por melhores serviços públicos e contra o desperdício de recursos em obras que não são prioritárias, o Brasil terá eleições presidenciais, regionais e legislativas em outubro do próximo ano.
Borges insistiu hoje em que o Governo não desistiu do projeto e que o cronograma da obra não será modificado.
"O Governo adiou o projeto mas não renunciou ao mesmo. O projeto vai andar. Não temos dúvida de que o Brasil precisa e vai ter um trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo", disse.
Com o cronograma confirmado, a previsão é que linha, que terá uma extensão total de 511 quilômetros e um custo de perto de R$ 35 bilhões, comece a operar em 2020.
O projeto foi anunciado inicialmente em 2007; sofreu dois adiamentos para dar mais tempo aos consórcios interessados, e foi licitado em julho de 2011, mas nenhuma empresa apresentou ofertas, por isso que o Governo redesenhou e dividiu o leilão em dois períodos.
O primeiro, adiado hoje, se refere à operação da linha e sua manutenção, enquanto no segundo leilão, também sem data, se escolherá a construtora que executará as obras de infraestrutura.