Carlos Marun: "A oposição não tem e não terá os votos necessários para o afastamento do presidente" (Agência Brasil/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 6 de julho de 2017 às 17h51.
Brasília - Um dos vice-líderes do PMDB e integrante da tropa de choque do governo, o deputado Carlos Marun (MS) afirmou que o Palácio do Planalto e aliados trabalham para conquistar os votos de indecisos a fim de rejeitar, já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a autorização para que o STF julgue a denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva.
Pelas contas de Marun, no universo de 66 titulares da comissão, há oito deputados indecisos. Segundo ele, o placar é favorável ao governo ainda assim: 31 votos para barrar a autorização contra 27 ou 32 votos a 26.
A contabilidade dele é mais pessimista do que a feita por integrantes do Palácio do Planalto à Reuters, dois dias atrás, que davam conta de que haveria ao menos 34 votos a favor de Temer.
O trabalho a ser feito é para garantir os votos para formar uma maioria --de ao menos 34-- até a votação do parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), prevista para ocorrer a partir da quarta-feira da próxima semana.
Entre as iniciativas, Marun admitiu que poderá haver a substituição de integrantes da base aliada --inclusive do PMDB-- que eventualmente não queiram votar para barrar a autorização ao STF.
"A oposição não tem e não terá os votos necessários para o afastamento do presidente. Até lá, várias situações terão de ser resolvidas, como a votação na CCJ. Claro que vamos lutar também para vencer na comissão", disse Marun.
"Na CCJ, tenho a expectativa muito forte de vitória. No plenário, tenho a certeza", completou.
Em uma analogia a uma partida de futebol, o peemedebista disse que é bom encerrar o primeiro tempo com o time já ganhando.
A decisão na CCJ se dará por maioria simples, mas no plenário são necessários os votos de 342 dos 513 deputados (dois terços), para a Câmara autorizar o Supremo Tribunal Federal a examinar a denúncia contra Temer.
Apesar da postura independente do correligionário Sergio Zveiter, Marun disse que não trabalha com o cenário de que o relator vai votar pela autorização para que o Supremo julgue a denúncia contra Temer.
Marun disse confiar na atuação do colega de bancada e, até o momento, não há qualquer ação dos governistas para confeccionar um parecer favorável ao governo por outro deputado da CCJ, caso Zveiter vote pela admissibilidade da denúncia.