Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil: escândalos na Empresa de Pesquisa Energética provocaram a sua queda (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2010 às 07h27.
Brasília - Em oito anos de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou seis empresas estatais. A maioria delas, porém, não produziu efeitos importantes na economia. Duas são fábricas - de hemoderivados e de chips. Ambas estão atrasadas e só começarão a produzir no próximo governo, sem atender totalmente à demanda do País. Os investimentos nas duas são da ordem de R$ 900 milhões.
Outra estatal, o Banco Popular do Brasil (BPB), nem existe mais. A Empresa Brasil de Comunicações (EBC), criada para ser uma emissora independente do governo, luta para escapar da pecha de ser “chapa-branca”. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é bem vista pela iniciativa privada por haver resgatado a função de planejamento energético. Recentemente, porém, foi envolvida nos escândalos que provocaram a queda da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
A mais nova estatal de Lula, a Pré-Sal Petróleo S. A., está só no papel, apesar de sua criação ter sido aprovada pelo Congresso Nacional em julho passado. O Ministério de Minas e Energia, ao qual é subordinada, aguarda a aprovação da lei que institui o regime de partilha na exploração de petróleo para criar a nova estatal - responsável pela administração dos contratos de exploração do pré-sal.
As estatais criadas por Lula obedecem à lógica do governo na qual o Estado deve entrar em áreas estratégicas onde não haja interesse da iniciativa privada. É o caso da Ceitec, a fábrica de chips (semicondutores). De acordo com um empresário do setor, o governo tem “obsessão” por um empreendimento desse tipo porque grandes economias do mundo fabricam esse produto. No entanto, nenhuma empresa de peso no mercado mundial quis investir no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.