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Governo avalia a volta do horário de verão

Programa foi extinto em 2019 por Bolsonaro após avaliação de que medida não servia mais para economia de energia

Area técnica do governo estuda se houve uma nova mudança no perfil de geração e de consumo de energia (Arquivo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Area técnica do governo estuda se houve uma nova mudança no perfil de geração e de consumo de energia (Arquivo/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Agência O Globo

Publicado em 6 de setembro de 2022 às 16h13.

O governo do presidente Jair Bolsonaro avalia a volta do horário de verão, encerrado em 2019. A possibilidade está sendo discutida no Ministério de Minas e Energia e no Palácio do Planalto e, neste momento, há uma tendência de retorno do instrumento usado durante décadas para economizar energia elétrica. A decisão final, porém, caberá ao presidente.

No início do governo, coube a Bolsonaro a palavra final a respeito do assunto, quando ele optou pelo fim do horário. Naquele momento, houve uma avaliação técnica de que o horário não fazia mais sentido do ponto de vista do setor elétrico. Agora, a área técnica do governo estuda se houve uma nova mudança no perfil de geração e de consumo de energia, fazendo com que o horário de verão volte a ser vantajoso, ou seja, volte a gerar economia.

A decisão sobre o assunto, porém, é política porque o horário de verão mexe com hábitos de trabalho e de consumo de milhões de brasileiros. Com o horário de verão, parte dos brasileiros adianta os relógios em uma hora entre outubro e fevereiro.

A discussão sobre o horário de verão voltou porque o Ministério de Minas e Energia pediu ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estudos sobre a política, depois de mudanças na forma como os brasileiros consomem energia elétrica.

No passado, as pessoas e empresas eram estimuladas a encerrarem suas atividades do dia com a luz do sol ainda presente, evitando que muitos equipamentos estivessem ligados quando a iluminação noturna era acionada.

Muita gente deixou de ter um horário tradicional de trabalho, chegando em casa já à noite, ao mesmo tempo em que as lâmpadas ficaram muito mais econômicas. Além disso, principalmente durante as tardes de verão, o uso de equipamentos como o ar-condicionado foram intensificados.

Agora, o governo estuda se o cenário mudou principalmente por conta do aumento da geração de energia solar. Com isso, a correlação entre carga e consumo também teria se alterado. O que o ONS avalia agora é se haveria uma economia significativa de energia (e de água nos reservatórios das hidrelétricas) por conta dessa mudança.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia disse que, tendo em vista a competência legal para formulação e aprimoramento das políticas públicas voltadas para o setor energético, “realiza constantemente estudos, pesquisas e avaliações técnicas das medidas possíveis, de acordo com o contexto energético vigente, a fim de manter a segurança energética e a modicidade tarifária ao consumidor brasileiro”.

“Desta forma, ainda não há definição com relação às implicações e implementação da referida medida”, afirma a pasta. O ONS não se manifestou.

O horário de verão foi instituído no Brasil em 1931. O objetivo era economizar energia. Com a luz solar por mais tempo durante o dia, diminuía o uso de lâmpadas, chuveiro e outros aparelhos elétricos quando as pessoas voltavam do trabalho.

Impacto no turismo

Porém, recentemente, mudanças de hábitos, como novos horários de trabalho e o uso maior do ar-condicionado, o impacto do horário de verão na redução do consumo de energia praticamente deixou de existir.

Segundo empresários do setor de turismo, o horário de verão é um importante impulso aos negócios, sobretudo em cidades litorâneas. Associações de bares, restaurantes e hotéis já reclamaram do fim do programa.

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