Policiais se preparam para ação no Presídio de Pedrinhas para controlar os combates entre gangues rivais, em São Luis, no Maranhão (Douglas Jr./O Estado do Maranhao/Reuters/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 19h18.
Brasília - O governo federal abortou uma missão ampliada para verificar in loco as denúncias de violação de direitos humanos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, prevista para ocorrer nesta semana.
Segundo a reportagem apurou, a missão oficial deveria contar com representantes do Departamento Penitenciário Nacional, (Depen), Ministério da Saúde e da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). O Palácio do Planalto não quer mexer nesse vespeiro e tenta criar o menor atrito possível com a governadora Roseana Sarney (PMDB) no intuito de assegurar o apoio do clã Sarney à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda-feira, 13, as facções criminosas Bonde dos 40 e Primeiro Comando do Maranhão (PCM) travam há cinco anos uma guerra pelo controle de pontos de drogas, sendo responsáveis por deixar vítimas inclusive fora das cadeias.
Dentro do governo, a avaliação é a de que a crise envolvendo o sistema penitenciário maranhense deve ser tratada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que foi deslocado para discutir o tema com a governadora em São Luís, na semana passada. Na ocasião, foi anunciado um plano emergencial que prevê a criação de um comitê gestor unindo órgãos do Ministério da Justiça e Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado. Cardozo, no entanto, não chegou a visitar o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Mesmo preocupada com a situação em Pedrinhas, a presidente não quer intervir no Estado. Na sexta-feira passada, Dilma utilizou a conta pessoal no microblog Twitter para romper o silêncio sobre o tema e afirmar que acompanha com "atenção" a segurança no Estado. Uma missão oficial do governo federal dentro do presídio de Pedrinhas poderia criar ainda mais constrangimentos à governadora.