Segurança Pública: Casos como o Rio Grande do Norte, que ficou sem policiamento no início do ano foram marcantes, e governo quer ampliar a agenda positiva da intervenção (Fatima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2018 às 05h58.
Última atualização em 1 de março de 2018 às 06h53.
Depois de ser oficialmente empossado como ministro da Segurança Pública, o onipresente Raul Jungmann será “reapresentado” aos governadores dos estados nesta quinta-feira.
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A reunião foi convocada pelo presidente Michel Temer (MDB) para discutir a situação de segurança e recursos nos outros estados da federação.
“O ministério é que vai cuidar dessas questões. Convidei governadores de estado para, juntamente com Raul Jungmann, fazermos uma reunião”, disse o presidente. “Vamos começar tratar dessas questões dos estados aí, pontualmente, vamos verificando caso a caso”.
Por caso a caso, leia-se a possibilidade de novas intervenções federais, assim como a que acontece no Rio de Janeiro, em estados que estejam enfrentando calamidade no setor de segurança.
Temer deu indicativos de que a atuação da União poderia se estender para mais federações. Casos como o Rio Grande do Norte, que ficou sem policiamento no início do ano foram marcantes, e governo quer ampliar a agenda positiva da intervenção.
Desde a ação no Rio, o governo encomendou pesquisas Ibope para medir a aceitação da atuação das tropas. Mesmo com algumas práticas contraditórias, que geraram algum ruído contra a medida, a sondagem encomendada pelo Planalto mostra que, no Rio de Janeiro, 84% dos entrevistados aprovam a intervenção. É a única ação em curso amplamente apoiada pelo eleitorado.
Tudo indica, porém, que Jungmann não deve embarcar em qualquer pedido. Em entrevista concedida na quarta, o ministro disse que é preciso “extrema moderação” para decidir por novas ações governamentais.
“Me lembro de uma frase de Fernando Henrique: impeachment é como uma bomba atômica, você tem, mas não usa. Tivemos que usar pela primeira vez. Mas é preciso muita moderação”, definiu o ministro.
“Temos uma crise fiscal, moral e de segurança [no Rio]. Temos uma captura de parte das instituições e do Estado pelo crime. Não vejo, em que pese situações graves em muitos outros estados, uma situação que demande outra intervenção”. No encontro de hoje, os pedidos certamente virão. A ver se novas bombas atômicas virão.