Brasil

Governadores pedem à Anvisa nova análise da vacina russa Sputink V

Mais cedo, a cúpula da agência fez um pronunciamento e deu entrevista coletiva para reafirmar as informações que embasaram a decisão de recusar a importação da vacina

 (Oliver Bunic/Bloomberg)

(Oliver Bunic/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 29 de abril de 2021 às 20h31.

Última atualização em 29 de abril de 2021 às 20h32.

 Governadores apresentaram nesta quinta-feira à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um novo pedido de análise para liberar a importação da vacina russa contra Covid-19 Sputnik V, no qual contestam a informação divulgada pelo órgão regulador brasileiro sobre a suposta presença de adenovírus replicante no imunizante.

A questão do adenovírus replicante foi um dos pontos mais importantes para a decisão da diretoria colegiada da Anvisa de rejeitar por unanimidade, na segunda-feira, a importação da vacina russa.

Mais cedo nesta quinta, a cúpula da agência fez um pronunciamento e deu entrevista coletiva para reafirmar as informações que embasaram a decisão de recusar a importação, com a divulgação de informações sobre a presença do adenovírus replicante prestadas pelo próprio desenvolvedor da vacina, segundo a Anvisa.

Contudo, logo em seguida e numa espécie de contra-ataque, governadores e o fundo russo responsável pela comercialização do imunizante divulgaram novos documentos para atestar que não haveria adenovírus replicante e pedir uma reanálise da Anvisa.

A documentação foi divulgada pela assessoria do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que tem liderado os esforços entre os chefes de Executivos estaduais sobre o assunto.

"Vimos, em resposta à decisão da Diretoria Colegiada desta Agência Reguladora, proferida no processo em epígrafe e que negou a autorização de importação excepcional da vacina Sputnik V, oferecer esclarecimentos técnicos e documentação comprobatória da eficácia, qualidade e segurança da vacina em análise, de imediato solicitando novo pronunciamento", disseram os governadores em um documento subscrito pelo governo baiano.

"Outrossim, reiteramos a solicitação protocolada na data de ontem, de disponibilização de acesso integral aos autos administrativos, especialmente à documentação analisada e que embasou a mencionada decisão", reforçou.

Os desenvolvedores da Sputink V afirmam que a decisão da Anvisa de barrar o uso do imunizante russo teve motivação política, e negam que a vacina tenha adenovírus replicante.

O adenovírus é um vírus usado como um vetor que leva o material genético do coronavírus ao indivíduo vacinado para induzir resposta imune. Ele deve estar "inativado", ou seja, não ter a capacidade de se replicar e provocar doença.

No caso da vacina russa, foram encontgrados adenovírus que voltam a se multiplicar e podem se acumular dentro do organismo, de acordo com a Anvisa. Normas internacionais usadas pelas agências sanitárias dos EUA e da Europa determinam que vacinas não podem ter a presença desses adenovírus.

  • Assine a EXAME e acesse as notícias mais importante em tempo real.
Acompanhe tudo sobre:AnvisaPandemiaRússiaSaúde no BrasilSputnik Vvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência