José Ivo Sartori: o governo espera reduzir os gastos em cerca de R$ 1 bilhão em 2015 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2015 às 12h59.
Porto Alegre - O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), convocou a imprensa na manhã desta quinta-feira, 19, na capital gaúcha, para anunciar a assinatura de um novo decreto que corta despesas de custeio da máquina pública.
A medida busca enfrentar a crise financeira do Estado. Com o decreto, o governo espera reduzir os gastos em cerca de R$ 1 bilhão em 2015.
O documento, que foi publicado nesta manhã no Diário Oficial do Estado, prevê o corte de 20% no orçamento de todas as secretarias, fundações e autarquias. Além disso, determina que 35% dos cargos de confiança (CCs) não poderão ser ocupados neste ano.
As secretarias e demais órgãos que já tiverem ultrapassado o limite de preenchimento de vagas terão que dispensar colaboradores contratados como CCs.
Ao anunciar os novos cortes, Sartori não descartou o risco de atraso ou parcelamento nos salários dos servidores já no mês de março.
Questionado por jornalistas sobre quando haveria uma definição sobre o tema, ele adotou o mesmo tom dos últimos dias e ressaltou que o governo está se esforçando para evitar prejuízos à população.
"Vamos fazer o possível para preservar os salários dos servidores, o atendimento dos hospitais, o suporte da segurança e o custeio das escolas", disse. "Mas o fluxo de caixa é no dia a dia."
Sartori também lembrou que vem enfrentado a crise financeira desde que assumiu o cargo, no início de janeiro, quando assinou um primeiro decreto para economizar cerca de R$ 600 milhões em 2015 - na ocasião, cortou gastos com viagens, diárias e horas extras, e congelou o pagamento de débitos deixados pela gestão anterior.
A equipe econômica voltou a afirmar que o déficit previsto para 2015 é de R$ 5,4 bilhões, o que equivale a três folhas de pagamento do Estado - de R$ 1,8 bilhão mensal.
A projeção é de que o saldo negativo aumente para R$ 6,2 bilhões em 2016, R$ 6,9 bilhões em 2017 e R$ 7,3 bilhões em 2018.
"A crise vai levar muito tempo para ser resolvida. Mas nós não temos nenhum receio de organizar e liderar esse processo, fazendo nossa parte com seriedade e responsabilidade", disse o governador.