Pedágio: governador do Espírito Santo destacou que as medidas são importantes, porém, provisórias até que o relatório final da auditoria aponte decisões definitivas sobre o contrato (Mikel Laburu/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2014 às 21h28.
Vitória - O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), anunciou na tarde desta terça-feira a suspensão da cobrança do pedágio por tempo indeterminado na Terceira Ponte, que liga a capital Vitória à cidade de Vila Velha. A decisão foi tomada após a divulgação na última quarta (16) de um relatório preliminar do Tribunal de Contas do Estado, responsável pela atual auditoria da concessão vigente, que apontou diferença de cerca de R$ 800 milhões de valores nos 16 anos de contrato com a empresa Rodosol, operadora da ponte.
Em entrevista à imprensa, Casagrande destacou que as medidas são importantes, porém, provisórias até que o relatório final da auditoria aponte decisões definitivas sobre o contrato. "Tivemos um debate sobre o sistema rodoviário no ano passado que me levou a solicitar a auditoria no TC-ES. O relatório nos mostrou muitas inconsistências e a suspensão é uma posição precavida", diz o governador.
O encerramento da auditoria está previsto para o início do próximo ano, segundo o Tribunal de Contas. Porém, o governo determinou à Procuradoria Geral do Estado um aprofundamento do estudo técnico no prazo máximo de 30 dias para verificar a necessidade de ações administrativas a serem tomadas. A empresa concessionária Rodosol tem até 30 dias para se manifestar.
De acordo com o relatório, o valor praticado no pedágio foi acima do que consta em contrato e mais de R$ 798 milhões foram recebidos pela Rodosol para investimentos e não foram realizados. O estudo feito pelo corpo técnico do Tribunal é resultado de uma auditoria na concessão da ponte, instaurada em agosto do ano passado. Os valores e constantes aumentos no pedágio são questionados há muitos anos pela sociedade capixaba, mas o debate ganhou força depois de protestos durante 2013 na capital, que pediam o fim da cobrança e chegaram a levar cerca de 100 mil às ruas.