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Goldman lança obras do Projeto Tietê e critica trem-bala

"(O trem-bala) não muda nada a vida de ninguém, e para isso tem dinheiro", disse o tucano

Segundo Goldman, governo federal não subsidia ações de saneamento (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

Segundo Goldman, governo federal não subsidia ações de saneamento (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2010 às 21h23.

O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), a secretária de Energia e Saneamento do Estado, Dilma Pena, e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), assinaram hoje seis contratos, no valor total de R$ 728,1 milhões, para a terceira fase do Projeto Tietê. A assinatura, no Palácio dos Bandeirantes significa a autorização para o início das obras desta etapa, cujo investimento final, até 2015, será de US$ 1,05 bilhão (em torno de R$ 1,9 bilhão).

Durante a cerimônia de assinatura dos contratos, Goldman destacou a parceria do governo estadual com a Prefeitura e reclamou do governo federal que, segundo ele, não subsidia ações de saneamento. Nas críticas, o tucano aproveitou para atacar o projeto de construção do trem-bala. "(O trem-bala) não muda nada a vida de ninguém, e para isso tem dinheiro. Para o que é importante (referindo-se ao saneamento), não tem."

O Projeto Tietê, de responsabilidade da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), começou em 1992 e tem como objetivo coletar e tratar os esgotos de cerca de 18 milhões de pessoas da região metropolitana de São Paulo, a fim de melhorar as condições ambientais e de saúde pública.

Essa terceira etapa tem como foco a bacia hidrográfica do Alto Tietê, não apenas o sistema principal de esgotos da região metropolitana. Serão realizadas 200 mil novas ligações de esgoto e construídos 580 quilômetros de interceptadores e coletores-tronco, a tubulação que recebe os dejetos das casas e leva para o tratamento, e 1.250 quilômetros de redes coletoras, além da ampliação das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) ABC, Parque Novo Mundo e Barueri.

Com essas obras, o governo espera aumentar o índice de coleta de esgoto, dos atuais 85% para 87%, e de tratamento, de 72% para 84%. Com isso, 1,5 milhão de pessoas vão passar a contar com a coleta e mais de 3 milhões terão tratamento de esgotos. "É um dos projetos mais importantes da cidade de São Paulo", disse Kassab. "Finalmente estamos enxergando a luz no fim do túnel", afirmou, referindo-se à coleta e ao tratamento universais na região metropolitana.

O investimento de US$ 1,05 bilhão está discriminado da seguinte forma: US$ 87 milhões do AB Loan (BID privado), US$ 168 milhões de fontes locais (CEF, BNDES) e US$ 800 milhões do programa BID/Sabesp.

Os municípios que serão beneficiados nesta terceira fase são: Arujá, Barueri, Carapicuíba, Caieiras, Cajamar, Cotia, Embu-Guaçu, Francisco Morato, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, São Bernardo do Campo, São Paulo, Suzano e Taboão da Serra.

Projeto Tietê

Na primeira fase do Projeto Tietê, de 1992 a 1998, foram investidos US$ 1,1 bilhão na construção de três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) - ABC, São Miguel e Parque Novo Mundo - e na ampliação da rede de coleta de esgotos. O resultado foi um aumento nos índices de coleta, de 63% para 80%, e de tratamento, de 20% para 62%, na região metropolitana de São Paulo.

Com verba de US$ 500 milhões, a segunda fase, de 2000 a 2008, teve por objetivo ampliar e otimizar o sistema de coleta e transporte, para utilizar toda capacidade de tratamento já disponível. O índice de coleta de esgoto passou de 80% para 84% e o de tratamento, de 62% para 70%.

A quarta e última fase, cuja expectativa é investir US$ 1,7 bilhão de 2015 a 2020, prevê coleta e tratamento universalizados nos municípios atendidos pela Sabesp na região metropolitana.

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