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Gleisi diz que há esperança em voto de Rosa Weber na próxima quarta-feira

Presidente nacional do PT disse também que a prisão do ex-presidente Lula é política

Gleisi Hoffmann: senadora declarou que os apoiadores de Lula não "arredarão o pé" (Nacho Doce/Reuters)

Gleisi Hoffmann: senadora declarou que os apoiadores de Lula não "arredarão o pé" (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2018 às 11h43.

Última atualização em 9 de abril de 2018 às 11h44.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse neste domingo que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é política - e por isso também será enfrentada neste campo - e que há expectativa de um voto da ministra do STF Rosa Weber contra a prisão após condenação em segunda instância na próxima quarta-feira.

A presidente do PT declarou ainda que os apoiadores de Lula não "arredarão o pé" da busca por sua liberdade e reafirmou que Curitiba, onde o petista está preso, é "o centro da luta política".

"Temos expectativa, quarta-feira, para que a ministra Rosa Weber cumpra com aquilo que falou... no último julgamento em que ela participou no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o habeas corpus do presidente Lula, de que ia rever a decisão do Supremo em relação à prisão em segunda instância", disse Gleisi, citando ainda ações já apresentadas a cortes internacionais como saídas.

"Nós vamos também lutar politicamente porque entendemos que essa prisão é política. E por isso essa vigília. É uma vigília que não tem fim. Enquanto o presidente Lula estiver na (Superintendência da) Polícia Federal, nós ficaremos aqui", afirmou.

O ex-presidente entregou-se à Polícia Federal no início da noite do sábado, após ficar quase dois dias no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.

Ele foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do triplex no Guarujá (SP). Lula nega ser dono do imóvel e qualquer irregularidade.

Na próxima quarta-feira, o ministro do STF Marco Aurélio Mello deve levar à corte um pedido de liminar feito pelo Partido Ecológico Nacional (PEN) para suspender a execução da pena de condenados em segunda instância.

Para Marco Aurélio, relator de duas ações que discutem o assunto, houve uma mudança no cenário, o que justifica a apreciação do assunto pelo colegiado do STF.

Um dos advogados da defesa, Cristiano Zanin Martins, que esteve com o presidente neste domingo, afirmou que Lula "está bem", embora "indignado" com a situação.

O defensor disse acreditar em uma revogação da prisão do petista.

"Vamos reverter essa decisão, porque ela não é compatível com a nossa legislação. Nem a condenação, e tampouco a prisão para cumprimento antecipado de pena", disse Zanin, acrescentando que "por ora não há nenhuma estratégia jurídica que eu possa adiantar dos senhores".

Visitas

De acordo com Gleisi, a equipe de advogados e a própria PF avaliam a possibilidade de visitas políticas ao petista, já que há interesse de governadores do Nordeste, senadores e deputados de se encontrarem com o ex-presidente.

Também há expectativa de visita da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que precisa ser agendada.

A senadora afirmou ainda que a intenção é "assumir com todas as forças" o pedido de Lula feito em discurso no sábado, antes de se entregar.

"Ele disse que podem prendê-lo, mas não aprisionar seus sonhos... e que ele vai querer que o povo fale por ele, ou seja, vamos andar por suas pernas, pensar pela sua cabeça, então a partir de agora somos todos Lula", disse.

Segundo boletim divulgado mais cedo neste domingo pelo Comitê Popular em Defesa de Lula e da Democracia, Lula passou a primeira noite na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, dormiu "tranquilamente" e segue "sereno".

"O ex-presidente Lula ficou na companhia do advogado Cristiano Zanin Martins durante um longo período. Ele dormiu tranquilamente e não foi maltratado pelos agentes do local.

Continua sereno e tranquilo. Sua força vem do carinho do povo e ela alimenta de volta esse sentimento", disse o boletim divulgado neste domingo.

A capital paranaense, que passa à condição de centro político do PT e daqueles que apoiam Lula, deve abrigar na segunda-feira uma reunião da Executiva do partido.

O boletim do comitê afirma que a cidade se tornará "um marco de peregrinação para todas as pessoas do Brasil e do mundo que lutam por justiça, democracia e pelo respeito aos direitos fundamentais".

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