Gleisi Hoffmann: "A decisão do Supremo recoloca as coisas no devido lugar, as delações são indícios, mas não são suficientes para condenar uma pessoa" (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de junho de 2018 às 15h33.
São Paulo - A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta quinta-feira, 21, que sua absolvição na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) "recoloca as coisas no devido lugar" em relação às delações premiadas na Operação Lava Jato.
Em entrevista coletiva em Curitiba, a senadora afirmou que o caso "representa muito" para o PT e para o julgamento do pedido de liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próximo dia 26, no mesmo colegiado.
"Não só no caso do ex-presidente Lula, eu acho que em todos os casos que se baseiam em acusações apenas com delações", disse a petista. "A decisão do Supremo recoloca as coisas no devido lugar, as delações são indícios, mas não são suficientes para condenar uma pessoa." Ela reforçou que o partido espera que o ex-presidente possa sair da cadeia após análise do Supremo.
Comentando a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República (PGR) recorrer da absolvição, Gleisi disse ser pouco provável que o Supremo queira julgar seu caso novamente. Sobre outros processos que a citam, ela afirmou estar com a mesma "tranquilidade e firmeza" da denúncia julgada nesta semana.
A presidente do PT disse que gostaria de cobrar do Ministério Público Federal um ressarcimento pelos danos à sua imagem que teriam sido causados durante o processo contra ela no STF. A dirigente petista afirmou, porém, que só poderia cobrar judicialmente do Estado brasileiro e não quer que o povo brasileiro pague a conta.
"Eu vou pensar muito nisso porque qualquer ação que se tome vai recair sobre o povo brasileiro, e eu não quero que o povo pague por isso."
A senadora reforçou sua intenção em ser candidata a deputada federal pelo Paraná para reforçar a bancada petista na Câmara a partir do ano que vem. Em relação ao seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, absolvido no mesmo processo, Gleisi disse que ele está aposentado e não pretende voltar à vida pública.