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Gerente da Petrobras diz que Gabrielli queria demiti-lo

Em depoimento, o gerente de informação técnica e propriedade intelectual da estatal disse que ouviu de assistente que Gabrielli queria sua demissão

Gerente de informação técnica e propriedade intelectual da Petrobras, Fernando de Castro Sá (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Gerente de informação técnica e propriedade intelectual da Petrobras, Fernando de Castro Sá (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 18h09.

Brasília - Em depoimento à CPI da Petrobras, o gerente de informação técnica e propriedade intelectual da Petrobras, Fernando de Castro Sá, disse que ouviu de um assistente que o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli queria sua demissão.

Ainda de acordo com o funcionário, o ex-diretor de Serviços, Renato Duque, o chamou de "inflexível" por questionar os contratos da área.

Aos deputados, Sá confirmou que havia ingerência na área de orientação contratual da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) - chamada de clube das empreiteiras - na estatal.

O gerente disse que o jurídico da Petrobras participou de reuniões com a Abemi.

Quando foi gerente jurídico de Abastecimento da Petrobras, ele contou que viu "coisas estranhas" e que se recusou a ratificar pareceres, inclusive para pagamentos de serviços não realizados na Diretoria de Serviços numa situação de greve de funcionários da empreiteira.

"Fui consultado na época sobre efetuar um pagamento antecipado em serviços não realizados, porque a empresa estava com problema de caixa e minha área foi taxativa e disse que não", afirmou.

"O cara pagou por aquilo que não fez. Foi isso que a Petrobras fez", criticou o sub-relator da CPI, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ).

Sá relatou uma reunião em que estava a ex-gerente Venina Velosa da Fonseca e que Duque teria reclamado que eles estavam "criando problemas".

"Ele disse que a contratação seria da forma como a Engenharia queria e que eventuais sugestões do Abastecimento seriam incorporadas", disse.

Ao ser afastado do setor jurídico da área internacional, em 2009, Sá contou que sua antiga equipe foi chamada de "talibã" e que eles foram orientados a não terem mais contato com ele. Ele reclamou de perseguição.

"Não havia muito a quem denunciar", comentou. O gerente produziu um dossiê sobre as denúncias de ingerência das empreiteiras, que foram encaminhadas ao Ministério Público.

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