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General Sergio Etchegoyen volta a negar espionagem sobre Fachin

O general negou as informações que dizem que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria espionado o ministro-relator da Lava Jato

Edson Fachin: o ministro é relator da Lava Jato (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Divulgação)

Edson Fachin: o ministro é relator da Lava Jato (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 16h42.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sergio Etchegoyen, voltou a negar hoje (10) que tenha promovido "ação de qualquer natureza contra o ministro [do Supremo Tribunal Federal] Edson Fachin".

Etchegoyen participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, onde deu as declarações negando as informações constantes de reportagem da revista Veja, segundo as quais a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria espionado o ministro-relator da Lava Jato.

"Absolutamente não houve nenhuma operação, de nenhuma natureza, para investigação do ministro Fachin. Eu não saberia dizer as razões da revista Veja. Uma acusação dessa gravidade precisaria aportar provas, que não existiram. Precisaria que houvesse na estrutura de comando da Abin uma falta de valores éticos, morais, institucionais, que não existe", afirmou.

Na audiência, o ministro esclareceu aos senadores como funciona a estrutura da Abin e suas funções. Em junho, quando a matéria foi publicada, o Palácio do Planalto e Etchegoyen já tinham se manifestando negando os fatos reportados.

Venezuela

O ministro falou também sobre a Venezuela e disse que o Brasil já ofereceu ajuda ao país vizinho em, pelo menos, duas oportunidades desde o segundo semestre do ano passado.

De acordo com ele, foram oferecidos gêneros alimentícios, remédios e afins, diretamente ou por meio de organismos internacionais. As duas ofertas foram negadas pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, disse o ministro.

De acordo com Etchegoyen, há uma preocupação excepcional do governo brasileiro com a fronteira da Venezuela com o estado de Roraima, em especial na cidade de Pacaraima, que já está "sobrecarregada".

"Nós temos uma perspectiva de um supersaturamento daquela região com todos os problemas que isso pode nos trazer. Para a região, para os nacionais. O Alto Comissariado das Nações Unidas já esteve por lá; o governo já tem planos de contingência prontos, que foram conduzidos pela Casa Civil. Enfim, nós estamos muito preocupados com essa questão humanitária", disse.

Segundo ele, o Brasil tem também aumentado a interlocução com a Colômbia por dividir com ela a maior fronteira com a Venezuela.

Segundo o general, os relatos colhidos em organismos internacionais sugerem que "a situação deve se agravar ainda mais, o que vai nos trazer a necessidade de socorrer algumas pessoas, além dos brasileiros que vivem lá, se eles quiserem esse socorro".

A Comissão de relações Exteriores já aprovou um requerimento para criação de uma comissão externa de senadores para tentar promover o diálogo entre o governo venezuelano e a oposição no país.

No entanto, a comissão ainda não foi criada porque aguarda um contato com as partes para saber se elas têm interesse na intermediação.

Além disso, um voto de censura à postura do governo venezuelano está pendente de aprovação no plenário do Senado.

Para o presidente da CRE, senador Fernando Collor, se o voto for aprovado, a comissão perderia sua finalidade de mediar um entendimento no país vizinho.

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