Segundo o general, por sua vontade, a aliança já estaria fechada com o presidenciável (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de julho de 2018 às 21h26.
Última atualização em 6 de agosto de 2018 às 11h10.
Rio - O presidente do Clube Militar, general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), voltou a ser cogitado como candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL). Mourão disse que dirigentes do PSL se reuniram com o presidente do partido, Levy Fidelix, na manhã desta terça-feira, 31, em São Paulo, para tratar do assunto.
O nome do militar tinha deixado de ser considerado para a chapa de Bolsonaro depois que ele disse ao jornal O Estado de S. Paulo considerar "meio boçal" o radicalismo de alguns apoiadores do candidato a presidente do PSL. Quando na ativa, Mourão defendeu intervenção militar na política.
Segundo Mourão, por sua vontade, a aliança já estaria fechada, mas ainda há algumas "questões de partido" a serem acertadas entre Bolsonaro e Levy, também pré-candidato à Presidência. "Apenas sei que houve uma reunião de manhã com Levy e PSL, onde foi colocada uma opção a mais pra ele que eu integrasse a chapa", afirmou. "Sempre fui bem próximo a Bolsonaro, mas Levy está sendo pragmático. Essa eleição tem uma característica para partidos menores de superar a cláusula de barreira. Uma composição PSL e PRTB poderia conseguir trazer mais votos para o partido."
Nesta terça, Mourão amenizou a crítica ao radicalismo de alguns bolsonaristas. Disse que sua posição foi no sentido de que "os radicais extremistas" não serão bons para a campanha. "Nós pretendemos superar a era do PT e não podemos nos comportar da mesma forma. Sou contra os que usam a agressão em suas manifestações e que afetam o direito de ir e vir, o que não é democrático", disse.
Mourão disse que concorda com o conteúdo das propostas do deputado. Porém, criticou a forma como determinados assuntos são tratados pelo presidenciável.
"Ele pode tratar de outra forma alguns assuntos que são mais polêmicos, obtendo os mesmos resultados, como a questão da segurança pública, a pena de morte, o aborto e o homossexualismo, que são questões menores para a sociedade e dirigidas a uma pequena parcela da população. Estes temas são polêmicos em Ipanema e não em Cordovil. A maioria da população está preocupada com o emprego, o restabelecimento da economia e com a reforma política", afirmou.
Na noite da segunda-feira, 30, Bolsonaro também se encontrou com outra possível candidata a vice em sua chapa, a advogada Janaína Paschoal, mas nada foi acertado. A advogada tem opiniões diferentes do deputado sobre cotas raciais e de gênero, ONU e redução a maioridade penal. O partido de Bolsonaro alega que Janaína estaria preocupada com questões familiares.