GEDDEL VIEIRA LIMA: Proprietário diz à PF que emprestou imóvel, mas não sabia de dinheiro guardado / Ueslei Marcelino/ Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 07h22.
Última atualização em 8 de setembro de 2017 às 08h36.
São Paulo - O ex-ministro Geddel Vieira Lima foi preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira em Salvador e será transferido para Brasília, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
Na semana passada a Polícia Federal apreendeu pouco mais de 51 milhões de reais em espécie em um apartamento na capital baiana que seria usado por Geddel, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer.
A prisão de Geddel aconteceu por temores de que ele pudesse fugir após a apreensão dos recursos que pertenceriam a ele, disse a fonte.
Além da prisão do ex-ministro, a PF também cumpriu nesta sexta três mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Geddel, além de mais um mandado de prisão.
Os recursos foram encontrados pela PF em malas e caixas na terceira fase da operação Cui Buono, que investiga o pagamento de propinas em troca de facilitação de empréstimos pela Caixa Econômica Federal. Foi a maior apreensão do tipo já realizada pela Polícia Federal.
Em nota, sem citar os nomes dos envolvidos, a Procuradoria da República no Distrito Federal informou que cumpriu dois mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão em Salvador como parte de uma nova fase da operação Cui Buono. A PF também confirmou a operação em nota sem citar o nome dos envolvidos.
"O objetivo é recolher provas da prática de crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na petição enviada à Justiça, o Ministério Público Federal endossou os pedidos apresentados pela Polícia Federal, argumentando que as medidas são necessárias para evitar 'a destruição de elementos de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos'", disse a PF na nota.
Aliado histórico de Temer e bastante próximo do presidente, Geddel foi preso em 3 de julho, acusado de tentar pressionar o doleiro Lúcio Funaro para evitar que ele fizesse uma delação premiada. O ex-ministro foi solto 10 dias depois para cumprir prisão domiciliar.
Geddel é acusado de intermediar a facilitação de crédito para empresas na Caixa quando era diretor de Pessoa Jurídica do banco, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Geddel, que é ainda ex-deputado federal, também foi ministro da Integração Nacional na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.