Ônibus em rua de Porto Alegre: por causa da mobilização, que faz parte do Dia Nacional de Luta, convocado por centrais sindicais, apenas lotações circulam parcialmente na cidade, de acordo com a EPTC. (JONAS OLIVEIRA/PLACAR)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2013 às 13h26.
Brasília - Mesmo com a determinação da Justiça do Trabalho, segundo a qual os ônibus deveriam circular, em Porto Alegre (RS), com 50% da frota nos horários de pico - das 6h às 9h e das 16h30 às 19h30 - e 30% nos demais horários, não há linhas de ônibus operando nesta quinta-feira na capital gaúcha.
Segundo informações da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), nenhum dos 1.072 coletivos que atendem a cidade deixou as garagens hoje (11) por causa dos bloqueios feitos por manifestantes, que se posicionam diante dos portões desde a madrugada. A Justiça fixou multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da medida.
Por causa da mobilização, que faz parte do Dia Nacional de Luta, convocado por centrais sindicais, apenas lotações circulam parcialmente na cidade, de acordo com a EPTC. O preço desse tipo de transporte em Porto Alegre - R$4,20- é quase o dobro do cobrado nas passagens de ônibus - R$2,80. A empresa informou que, para compensar a falta de ônibus, os passageiros foram liberados para viajar em pé nas lotações.
Os trens que fazem o transporte de passageiros pela região metropolitana também estão parados. De acordo com a assessoria de imprensa da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb), acordo firmado com o Ministério Público do Trabalho previa que os vagões circulariam nos horários de pico - das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 20h30. Em razão de depredações provocadas por manifestantes, a interrupção do serviço foi antecipada em uma hora e a última viagem na manhã de hoje ocorreu às 7h30.
Segundo a empresa, manifestantes lançaram pedras contra vagões e invadiram os trilhos próximos à estação de Mathias Velho, em Canoas. Ninguém ficou ferido e o serviço deve ser retomado às 17h30, conforme previsto no acordo.
A prefeitura de Porto Alegre informou que os serviços de urgência e emergência funcionam normalmente e que dentre as 144 unidades de atenção primária em saúde - postos, unidades básicas e de Saúde da Família - 48 não estão atendendo.
A maioria das escolas municipais está fechada e nas que estão abertas há apenas o funcionamento da secretaria e da direção. Parte do comércio não abriu as portas nesta quinta-feira e muitas lojas, principalmente em ruas da região central da capital gaúcha, estão fechadas.
As ruas da cidade têm pouco movimento, já que muitos gaúchos preferiram não sair de casa por causa dos protestos. Com isso, o trânsito flui bem nas principais avenidas da cidade, que têm movimentação abaixo do normal. De acordo com a prefeitura, foram registrados, no fim da manhã, bloqueios no Túnel da Conceição, na Ponte do Guaíba - com aberturas temporárias - e nas avenidas Farrapos, Estação Cairú e Assis Brasil e, ainda, no Viaduto Obirici.
O Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre opera, desde as 5h da manhã, em atenção, que é o estágio intermediário em uma escala de três status.
As principais reivindicações dos trabalhadores, no Dia Nacional de Luta, são o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários, a aceleração da reforma agrária e pela aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação e de 10% do Orçamento Geral da União para a saúde. Organizações sindicais e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizam o ato.