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Gasto público para obras da Olimpíada é estimado em R$5,6 bi

Menos da metade das 52 obras a serem realizadas teve previsão de custos divulgada


	Olimpíadas: não estão neste total anunciado nesta terça obras como de aeroportos, por exemplo
 (Feng Li/Getty Images)

Olimpíadas: não estão neste total anunciado nesta terça obras como de aeroportos, por exemplo (Feng Li/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 12h47.

Rio de Janeiro - A dois anos e meio dos Jogos Olímpicos de 2016, o governo anunciou nesta terça-feira a primeira parte do orçamento de projetos voltados exclusivamente para a Olimpíada do Rio de Janeiro, mas menos da metade das 52 obras a serem realizadas teve previsão de custos divulgada.

Pela primeira vez desde a escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica em 2009, a Autoridade Pública Olímpica (APO) informou que os 24 projetos já licitados somam 5,6 bilhões de reais, que serão custeados diretamente pelos três níveis de governo ou através de parcerias público-privadas (PPPs), com contrapartidas do Estado aos investidores.

Somado ao orçamento de 7 bilhões de reais divulgado na semana passada pelo comitê organizador dos Jogos (Rio 2016), o custo da Olimpíada até o momento chega a 12,6 bilhões de reais, ou 43,8 por cento dos 28,8 bilhões de reais previstos no dossiê de candidatura da cidade.

A esse montando ainda será somado o custo dos 28 projetos exclusivamente olímpicos ainda não licitados e todas as obras de infraestrutura e reformulação da cidade, incluindo diversas obras de mobilidade urbana, reforma da região portuária e a despoluição da Baía de Guanabara, o que sugere um estouro do orçamento da candidatura.

"Aqui está o coração dos Jogos, se você tem (quase) metade dos valores da candidatura, esse é um sinal importante", disse a jornalistas o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes.

Segundo ele, ainda não é possível antecipar o valor final do orçamento dos Jogos com base no que já foi divulgado. Em comparação, a Olimpíada de Londres custou cerca de 35 bilhões de reais (8,9 bilhões de libras).


A matriz de responsabilidade dos Jogos Olímpicos, documento que define as obrigações de cada ente federado na preparação para o evento, inclui somente os projetos que serão executados devido à Olimpíada, em especial as arenas esportivas e os locais de acomodação para atletas e jornalistas.

O orçamento das obras públicas que precisaram ser antecipadas devido aos Jogos será divulgado em março. O custo total das obras de infraestrutura e dos projetos exclusivos da Olimpíada foi estimado no dossiê da candidatura carioca em 23,2 bilhões de reais.

"A estimativa dos Jogos está no dossiê. Agora estou tratando da execução, é diferente do dossiê. Não vou adivinhar ou chutar, e a matriz vai evoluindo. No ano de 2014, com a inclusão de Deodoro, a matriz vai avançar bastante", disse o presidente da APO, general Fernando Azevedo. Segundo ele, o complexo de Deodoro, sede de 11 modalidades olímpicas e de responsabilidade da prefeitura do Rio, será licitado em abril.

Novas responsabilidades

Na semana passada, o comitê organizador dos Jogos (Rio 2016) anunciou um orçamento de 7 bilhões de reais para suas operações, uma alta de 2,8 bilhões de reais em relação ao dossiê da candidatura.

O comitê informou que não terá recursos públicos, apesar da previsão na candidatura de um aporte de até 1,4 bilhão de reais. A decisão foi tomada depois de a Fifa ter sido alvo de protestos no ano passado, durante a Copa das Confederações, pelo uso de recursos do governo para o Mundial deste ano.

Apesar de garantir que não haverá repasses de recursos, a APO disse que algumas responsabilidades atualmente do Rio 2016 podem passar para os entes federados. Como possíveis exemplos, o general Azevedo citou a montagem da arena do vôlei de praia em Copacabana e a adaptação do Maracanã para a cerimônia de abertura dos Jogos.


"A diretriz dos entes federativos é não passar recursos ao Rio 2016. Apesar de estar no dossiê, a decisão agora é não passar recursos. Se for o caso, os entes vão assumir projetos ou serviços", disse o presidente da APO.

O anúncio do orçamento aconteceu uma semana após visita ao Rio do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, que fez um alerta aos organizadores afirmando que o tempo é uma questão-chave para a realização bem-sucedida dos Jogos.

Apesar de ter sido eleita em 2009 para realizar a primeira Olimpíada na América do Sul, o Rio de Janeiro enfrenta problemas em alguns aspectos da preparação, como a despoluição da Baía de Guanabara e as obras do Complexo Esportivo de Deodoro.

De acordo com a presidente da Empresa Olímpica Municipal do Rio, Maria Silvia Bastos Marques, "Deodoro é uma missão difícil, mas está longe de ser impossível".

Atualizado às 13h47

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