Policial carrega flores em frente à boate Kiss, onde um incêndio matou 234 pessoas na cidade de Santa Maria (REUTERS/Edison Vara)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - O gasto adicional de pouco menos de R$ 70 para a compra de um artefato pirotécnico adequado para lugares fechados poderia ter contribuído para evitar o incêndio que matou 234 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Em vez de empregar o equipamento mais apropriado, porém, a banda Gurizada Fandangueira utilizou um artefato cujo preço é R$ 2,5, afirmou o delegado Marcelo Arigony, conforme informou o site do jornal Zero Hora.
Além do descuido em relação aos artefatos pirotécnicos, uma série de erros contribuiu para agravar a tragédia, afirmaram a Polícia Civil e o Ministério Público (MP). O alvará do estabelecimento noturno estava vencido desde 31 de março de 2012, e seu plano de Prevenção Contra Incêndio não era mais válido desde 10 de agosto, citou o jornal. Outros problemas listados pelas entidades foram a falta de sinalizações luminosas apontando a a saída de emergência, a ineficácia dos extintores de incêndio disponíveis e o uso de espuma inflamável para o isolamento acústico.
Os proprietários da boate devem ser responsabilizados pelo incidente caso fique provado o descumprimento de regras da legislação estadual e municipal de segurança de incêndio, assim como o governo, por permitir o funcionamento do local sem que as exigência mínimas fossem cumpridas. Em Belo Horizonte, onde um incêndio no Canecão Mineiro matou sete pessoas em 2001, a prefeitura chegou a ser responsabilizada, o que foi derrubado em instâncias superiores da justiça.
Os donos da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, estão sob custódia da polícia - Spohr ainda internado por conta de inalação da fumaça. Outras duas pessoas, membros da banda, também estão presas temporariamente.