O deputado Anthony Garotinho (Antonio Cruz/ABr/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de novembro de 2017 às 20h39.
Rio - Transferido na noite da sexta-feira, 24, para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona Oeste do Rio, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) avalia que está melhor no novo cárcere. Assim, sua defesa não vai pedir que vá para outra prisão, pelo menos por enquanto, informou o advogado Carlos Azeredo.
Garotinho foi removido da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. Na manhã da sexta, denunciou ter sido atacado em sua cela de madrugada por um desconhecido com um taco de beisebol. O agressor teria ferido o ex-governador em um dos joelhos e em um dos pés e feito ameaças mostrando uma pistola. O político deu queixa na Polícia Civil.
Câmeras de vigilância, porém, não registraram nada de anormal. Por isso, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) anunciou que o político seria punido com a transferência para a cadeia em Bangu. O estabelecimento é de segurança máxima e tem vigilância por vídeo 24 horas por dia, inclusive na cela.
Garotinho, porém, gostou da mudança. Ainda assim, se queixa muito de dores nos locais onde teria recebido as pancadas. "Melhor em Bangu que em Benfica", resumiu o advogado. Aparentemente, Garotinho, que está preso acusado de crime eleitoral em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, está satisfeito por não estar mais na mesma prisão onde estão o ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e integrantes de seu grupo político. Mais cedo, porém, a família de Garotinho divulgou uma nota criticando a Seap e questionando a punição.
Punição para Cabral
O advogado de Garotinho afirmou que pedirá que Cabral receba o mesmo tratamento que foi dado a Garotinho. Na sexta-feira, o peemedebista, que também está preso em Benfica, foi um dos internos em cuja cela foram encontrados alimentos supostamente proibidos na prisão, como camarões, queijos e bolinhos de bacalhau.
Outros políticos presos no Rio, como a ex-governadora Rosinha Garotinho (PR), o presidente afastado (por decisão judicial) da Assembleia Legislativa Jorge Picciani, o ex-presidente da Casa e deputado afastado Paulo Melo e o deputado estadual afastado Edson Albertassi, estão na cadeia de Benfica. Também estão encarcerados lá ex-secretários de Cabral: Régis Fichtner (Casa Civil), Wilson Carlos (Governo), Hudson Braga (Obras) e Sérgio Côrtes (Saúde).
A Cadeia Pública José Frederico Marques foi em parte reformada e recebeu colchões novos, usados por atletas na Olimpíada, antes que Cabral e outros réus nos processos do ex-governador fossem para lá. As condições são melhores que em outras unidades do sistema penitenciário, mas os presos têm se queixado do barulho de bailes na favela Parque Arará, que é vizinha, animados com músicas funk e de "sofrência".