Anthony Garotinho: o político considera sua prisão "absolutamente ilegal e abusiva" (Inácio Teixeira/Coperphoto/Divulgação/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de novembro de 2016 às 10h58.
Rio - O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) entrou com notícia-crime no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) contra o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, que determinou sua prisão preventiva.
O político foi preso na quarta-feira, 16, e, após passar mal, foi internado, submetido a uma cirurgia cardíaca e teve alta na manhã desta terça-feira, 22, seguindo para prisão domiciliar.
Garotinho pediu a abertura de um inquérito policial para investigar o magistrado, o qual acusa de cometer "denunciação caluniosa". O político nega a acusação de ter liderado um esquema para compra de votos em Campos dos Goytacazes e, também, considera sua prisão "absolutamente ilegal e abusiva".
Segundo a denúncia, o ex-governador comandou a distribuição dos chamados cheques cidadão durante o período eleitoral de 2016 em troca de votos em Campos, onde sua esposa, Rosinha Garotinho, é prefeita. O benefício originalmente prevê pagamentos de R$ 200 por mês a famílias carentes.
Depoimentos de servidores confirmariam a acusação. Com o esquema, Garotinho teria ajudado a eleger onze aliados para a Câmara de Vereadores do município.
A notícia-crime é assinada pelo político e seu filho, Wladimir Matheus. No texto, eles listam "episódios lamentáveis" envolvendo o juiz, que teria cometido abuso de autoridade mais de uma vez.
Eles também criticam a decisão "desumana e violenta" de conduzir Garotinho para a unidade de saúde do complexo penitenciário de Bangu com o "anseio de montar a cena para o show midiático".
Segundo o médico particular Marcial Uribe, Garotinho corria risco de sofrer um enfarte agudo caso não fosse submetido a uma angioplastia.
A notícia-crime também cita a afirmação do juiz Glaucenir Oliveira de que o ex-governador e Wladimir lhe ofereceram R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões, por meio de terceiros, para evitar uma prisão. "Por que então o noticiado (o magistrado) não prendeu os agentes do suposto crime em flagrante?", perguntam no texto.