O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, é uma das preocupações do ministro da Aviação Civil para a Copa do Mundo (Divulgação/Infraerro)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2014 às 09h34.
Rio - A 47 dias da abertura da Copa do Mundo, o ministro de Aviação Civil, Moreira Franco, admitiu ontem (25) que há risco de apagão elétrico no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, durante o torneio. Concedido à iniciativa privada há menos de um mês, o terminal ficou cerca de uma hora sem eletricidade no dia 18, causando atrasos de voos e prejuízos aos lojistas.
"O único risco atual é o Galeão. Já tivemos falta de energia várias vezes, por pouco tempo, mas muito prejudiciais", afirmou o ministro, em entrevista promovida via Twitter e pela Veja.com.
Segundo Moreira Franco, uma reunião está agendada para o dia 5, para discutir as responsabilidades sobre o problema. "A Light (concessionária de luz no Rio) diz que é o Galeão, e o Galeão diz que é a Light. Por isso, vou colocar Light e Galeão frente a frente, para esclarecer a questão", completou.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no dia 18, o problema aconteceu entre 21h52 e 22h07. Entretanto, funcionários do aeroporto confirmaram que, até as 23h30, parte do saguão ainda não tinha energia.
A pista e o pátio das aeronaves têm geradores e operaram normalmente. Mas, como o check-in precisou ser feito manualmente, houve atrasos na saída dos voos.
A Infraero informou, em nota, que o problema aconteceu em função de um curto-circuito no sistema do aeroporto. "Com consequente sobrecarga na subestação principal, o que fez com que dois disjuntores que alimentam os terminais desarmassem", esclareceu a estatal.
O aeroporto foi concedido no início do mês ao consórcio formado pela Odebrecht Transport e pela operadora Changi. A concessionária informou que já faz um levantamento para identificar possíveis melhorias no terminal, como previsto no edital de concessão.
"A avaliação do sistema elétrico do aeroporto está contemplada neste levantamento já em andamento", informou o grupo, em nota.
Problemas
O ministro também respondeu a perguntas sobre outros problemas nos aeroportos das cidades-sede do torneio. Moreira Franco admitiu que as obras no aeroporto de Fortaleza, as mais atrasadas, são um "grande e grave" problema para a Infraero, que administra o terminal.
A obra, que custou R$ 311 milhões, foi iniciada em 2010 e, até agora, tem pouco mais de 25% de avanço físico. O novo prazo para conclusão é 2017. Nesta semana, o Ministério Público Federal do Ceará recomendou à Infraero a rescisão do contrato com a empreiteira responsável pela obra.
"Para a Copa, contratamos um terminal provisório, como os usados em Londres e na África do Sul", informou o ministro. As estruturas provisórias tiveram um custo adicional de R$ 3,5 milhões. "Não estou satisfeito. Ao contrário: precisamos obrigar o setor público e os prestadores de serviço a cumprir contratos", afirmou.
Sobre o terminal de Porto Alegre, o ministro informou que já está em "fase final" a implementação de sistema de proteção do terminal contra neblina, que será vistoriado pela Anac. Já Cuiabá, que também tinha uma das obras mais atrasadas, o ministro informou que "estará funcionando para a Copa", sem detalhar as condições.