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Gabarito de prova do Enem era ditado em menos de 7 minutos

A ação, divulgada na televisão neste domingo, 14, mostra integrantes da quadrilha informando as respostas para candidatos, por meio de um ponto eletrônico

Gabarito: todo o gabarito de Ciências da Natureza foi ditado em menos de 7 minutos (sxc.hu)

Gabarito: todo o gabarito de Ciências da Natureza foi ditado em menos de 7 minutos (sxc.hu)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 06h59.

Brasília - Um grupo que vazou o gabarito de provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza do Exame Nacional de Ensino Médio foi descoberto em investigações conjuntas feitas pela Polícia Federal e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

A ação, divulgada no programa "Fantástico" deste domingo, 14, mostra integrantes da quadrilha informando as respostas para candidatos, por meio de um ponto eletrônico.

Todo o gabarito de Ciências da Natureza foi ditado em menos de 7 minutos.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que as fraudes descobertas não colocam em risco o Enem. "O calendário está mantido.

As fraudes são resultado de uma ação de inteligência articulada entre Polícia Federal e Inep. Os responsáveis serão punidos e os candidatos envolvidos na ação fraudulenta, excluídos."

De acordo com o delegado que conduziu as investigações, Marcelo Freitas, a quadrilha teria uma atuação em 3 Estados. Duas pessoas foram presas.

O pagamento pelo gabarito variava entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. De acordo com a denúncia, um dos candidatos dispostos a fraudar o Enem foi Antonio Rodrigues, do Ceará, que disputava uma vaga de Medicina.

Esta é a segundo vazamento divulgado no exame deste ano. Semana passada, foram identificadas fraudes no Amapá e Ceará.

Na operação, 14 pessoas foram presas.Com um dos candidatos foram encontrados o tema e o texto da redação pronto para ser transcrito.

Esse mesmo candidato recebeu o gabarito por celular. A exemplo da fraude divulgada nesta semana, o candidato também recebeu o gabarito por meio de um ponto eletrônico.

As investigações da PF e Inep estão concentradas em dois grupos, cuja atuação ocorre na região Norte e Nordeste. Os grupos estão sendo acompanhados já há alguns meses.

De acordo com integrantes do Inep, a estratégia consistia em acompanhar os grupos suspeitos até a prova, para que fosse possível realizar o flagrante.

Essa forma de ação também possibilitou investigadores a chegarem a outras pessoas envolvidas, não apenas os executores.

As investigações levam também a fraudes ocorridas em outras edições do Enem. Está prevista para esta semana uma operação para cancelar a matrícula de um estudante de Medicina que teria também fraudado o exame.

O aluno, que ingressou no curso por meio do Sisu, teria tido um desempenho medíocre ao longo do ensino médio e básico, destoando do desempenho que ele obteve durante o Enem.

De acordo com informações obtidas pela reportagem, o estudante estaria agora cursando Medicina em uma faculdade da região Sudeste.

Em nota, o Inep informou que operações deflagradas no fim de semana do Enem são reflexo da ação conjunta entre as instituições, que trabalham em parceria para garantir a segurança e a lisura do certame.

"O INEP e a PF reiteram o empenho para apurar os fatos, para que não haja prejuízo aos participantes do ENEM 2016. A investigação está em andamento para que os casos sejam apurados e os envolvidos punidos e eliminados do Exame", conclui o texto.

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