Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre: compra das estruturas temporárias depende da aprovação de projeto de lei na assembleia legislativa (Evandro Oliveira/PMPA)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2014 às 11h56.
São Paulo - Uma votação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pode decidir nesta terça-feira se Porto Alegre vai ser ou não cidade-sede da Copa do Mundo.
Trata-se da votação do Projeto de Lei 17 2014 que institui o Programa de Apoio à realização de Grandes Eventos Esportivos no Estado do Rio Grande do Sul em 2014.
Simplificando, é o que vai decidir se o estádio Beira-Rio terá ou não suas estruturas temporárias, exigências inegociáveis da Fifa para a realização dos jogos.
O projeto está parado há quase um mês na casa. A sessão começa às 14h e o projeto é o 7º da pauta de votações.
Nesta segunda, o prefeito de Porto Alegre José Fortunati, em entrevista à Rádio Gaúcha, condicionou a realização dos jogos da Copa em Porto Alegre à aprovação de projeto de lei.
"Se não for votado, estará definido que não teremos Copa do Mundo em Porto Alegre, porque não teremos como buscar recursos. A prefeitura não vai tirar dinheiro do seu orçamento [para as obras], o estado também não. Não tem Plano B, nem Plano C, nem Plano Z", disse.
O texto, que está na pauta de votações de hoje, prevê a isenção de ICMS de até R$ 25 milhões para entidades privadas que investirem na instalação das estruturas temporárias do estádio.
Os R$ 5 milhões restantes viriam em equipamentos comprados pela prefeitura ou pelo governo estadual, com a condição de que possam ser usados após o evento.
As estruturas temporárias são tendas móveis montadas para abrigar organizadores, voluntários e convidados da Fifa, equipamentos de tecnologia e segurança, além da contratação de equipes de segurança e limpeza - itens que não seriam usados depois dos 5 jogos que serão realizados no Beira-Rio, daí o empurra-empurra da conta, orçada em R$ 30 milhões.
Assim como outras cidades-sedes, Porto Alegre enfrenta um impasse para decidir quem vai pagar por essas estruturas. A princípio a responsabilidade seria do Internacional, dono do estádio, mas o dirigente do clube afirma que há um acordo com o poder público para a divisão dos gastos.
Do outro lado, a Fifa também já saiu da jogada e disse que não vai bancar nada. Sobrou então para o poder público, que depende da votação desta terça para manter a cidade como sede do mundial.
Estruturas temporárias
A Arena Corinthians, que vai sediar a abertura da Copa e mais 4 jogos, passa pelo mesmo dilema. Por lá, a conta deve ficar em torno de R$ 60 milhões e o Corinthians busca um patrocinador para arcar com esses custos, já que Fifa, prefeitura e governo estadual já disseram que não vão pagar.
A situação se repete em outras 4 cidades-sede: Manaus, Cuiabá, Curitiba e Natal. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, nenhuma destas cidades contratou fornecedores para as instalações temporárias. Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, está no Brasil e vai pressionar as cidades para que se tenha uma solução até esta quinta-feira.