Rio Grande do Norte: além da crise na segurança pública, o Estado enfrenta uma grave crise fiscal (Camilla Veras Mota/Viagem e Turismo/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 08h11.
No Rio Grande do Norte, o ano começou com greves e protestos contra o governo estadual. Além da crise na segurança pública, o Estado enfrenta uma grave crise fiscal.
O governo não tem previsão de quando conseguirá depositar os salários de dezembro e o 13.º dos servidores, em um total de R$ 700 milhões.
O acúmulo de dívidas pela maioria dos funcionários públicos levou muitos a se reunirem em campanhas de arrecadação de alimentos, que estão sendo feitas nos batalhões de polícia e hospitais públicos.
"Todos os meses estão sendo pagos com atraso. Dependo desse dinheiro para tudo: alimentação, remédios, água, luz. Meu IPTU está atrasado", diz a pensionista Iracy Cortez, de 73 anos. Com o nome negativado nos serviços de proteção ao crédito, ela não consegue tomar empréstimos.
Policiais fizeram uma paralisação nos serviços que se estendeu por 22 dias. O movimento só chegou ao fim depois que o Estado prometeu pagar os servidores da segurança pública até o dia 30. Com as demais categorias, não houve negociação - servidores da saúde estão em greve há 60 dias.
O secretário das Finanças, Gustavo Nogueira, destaca que as transferências da União caíram 10% de 2017 para 2014, enquanto a folha de pessoal cresceu 23%, acentuado a crise fiscal. "Isso é insustentável", diz.
Ele destaca que o governo mandou à Assembleia Legislativa um projeto de lei de teto de gastos no ano passado que ainda não foi aprovado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.