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Funcionários dos Correios anunciam greve às vésperas da Black Friday

Os cinco sindicatos que anunciaram paralisação na próxima quinta-feira representam 40% do efetivo nacional dos Correios e 60% do fluxo postal do país

Correios: A categoria afirma que a decisão ocorre após a recusa da direção dos Correios em resolver 26 questões identificadas pelos trabalhadores antes da assinatura do acordo coletivo (Eduardo Frazão/Exame)

Correios: A categoria afirma que a decisão ocorre após a recusa da direção dos Correios em resolver 26 questões identificadas pelos trabalhadores antes da assinatura do acordo coletivo (Eduardo Frazão/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 22 de novembro de 2023 às 14h50.

Última atualização em 23 de novembro de 2023 às 10h01.

Os sindicatos dos Correios de São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru, Tocantins e Maranhão, representados pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT), informaram nesta quarta-feira, 22, que aprovaram uma paralisação por tempo indeterminado a partir de 23 de novembro, véspera da Black Friday

A categoria afirma que a decisão ocorre após a recusa da direção dos Correios em resolver 26 questões identificadas pelos trabalhadores antes da assinatura do acordo coletivo. "Ao longo dos últimos 50 dias, a FINDECT buscou diálogo, porém, a resposta da direção, liderada por Fabiano Silva, foi inadequada, negligenciando as legítimas demandas dos trabalhadores", diz a federação em nota.

Hoje, existem 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios do Brasil. A Findect diz que durante a negociação do acordo coletivo parte das direções sindicais não analisaram de forma minuciosa o conteúdo e por isso assinaram com a empresa. A Federação garante que representa "40% do efetivo nacional" dos Correios e "60% do fluxo postal do país".

Um dos principais pontos questionados pelos cinco sindicatos que aprovaram a greve foi a não correção da tabela salarial pelo valor R$250 para remuneração de até 7 mil e acima dessa remuneração corrigida pelo percentual de 3,53%.. "É uma afronta direta aos trabalhadores que contradiz o que foi negociado na mesa de negociação coletiva. A proposta de pagamento desse montante em “steps” não apresenta benefícios concretos e coloca em risco a estabilidade financeira da categoria", afirma.

A Findect questiona ainda a tributação sobre a bonificação de R$ 1500 em janeiro e cobra a realização de concurso público, melhorias nos planos de saúde e condições laborais dignas. "Esta greve não se limita à correção de inconsistências do acordo coletivo, mas busca reivindicar direitos e dignidade para os trabalhadores", afirma.

Greve dos Correios pode impactar as entregas na Black Friday

Em nota, os Correios afirma que opera normalmente e sem paralisação. A empresa garante que preparou uma série de medidas para garantir a normalidade dos serviços em meio a paralisação que chama de parcial e pontual. Entre elas estão a contratação de mão de obra terceirizada, realização de horas extras, deslocamento de empregados entre as unidades e apoio de pessoal administrativo.

A companhia defende que realizou pela primeira vez depois de 7 anos um acordo coletivo de trabalho que "recuperou mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior", além de ter lançado um programa de bolsa de estudos para os trabalhadores de nível médio, como carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo cursem a graduação de sua escolha. 

"Os Correios concederam aumento linear de R$ 250 para a maior parte do efetivo, ou seja, um aumento médio de 6,36% para mais de 71 mil empregados (83%), a partir de janeiro de 2024. Para parte dos empregados, o aumento chega a 12%", diz em comunicado.

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