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Funai tem prazo para demarcar terra perto de megausina

Justiça deu 15 dias de prazo para que a Funai aprecie e publique um relatório que trata da demarcação da terra indígena Sawré Muybu


	Grupo de 140 índios mundurukus se reúne em frente ao prédio da Funai durante um protesto
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Agência Brasil)

Grupo de 140 índios mundurukus se reúne em frente ao prédio da Funai durante um protesto (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 19h04.

Brasília - A Justiça Federal deu 15 dias de prazo para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) aprecie e publique um relatório que trata da demarcação da terra indígena Sawré Muybu, dos índios Munduruku, em Itaituba, oeste do Pará.

A terra indígena está localizada há poucos quilômetros do local previsto para sediar a última grande hidrelétrica do Brasil, a usina de São Luiz do Tapajós, de 8.040 megawatts.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) no Pará, o relatório está pronto desde 2013 e ainda não foi concluído pela Funai. A homologação da terra indígena atinge em cheio o projeto hidrelétrico do governo.

Por lei, não é permitido construir usinas em casos onde o reservatório atinge diretamente o território indígena, ou seja, quando há alagamento da terra demarcada.

O processo de demarcação, informou o MPF, se arrasta há 13 anos e "foi paralisado inexplicavelmente ano passado quando quase todos os trâmites administrativos já estavam concluídos".

O processo de demarcação, com pouco mais de 178 mil hectares, teve início formal em 31 de janeiro de 2001. Em 2007, a Funai instituiu novamente o grupo técnico para realizar os estudos de identificação e delimitação.

O relatório está pronto desde 13 de setembro de 2013. A Funai, afirma o MPF, descumpriu o rito legal previsto para o procedimento de demarcação e deixou de publicar o resumo do relatório no Diário Oficial da União.

Em 2012, a reportagem esteve na Sawré Muybu. Os índios que vivem na aldeia se queixavam da falta de informações sobre a demarcação.

À época, representantes de empresas contratadas pela Eletrobras já trabalhavam em coleta de informações para embasar estudos de apoio para construção das hidrelétricas de São Luiz e Jatobá.

Entre os grandes rios amazônicos, o Tapajós é um dos últimos que ainda não tem barragens hidrelétricas.

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