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Fumaça de incêndios no Pantanal pode chegar a SP e causar "chuva negra"

Dependendo do vento, o cenário deve ficar parecido com o que ocorreu em 2019 na capital paulista

Incêndios no Pantanal são os piores da história. (Amanda Perobelli/Reuters)

Incêndios no Pantanal são os piores da história. (Amanda Perobelli/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 16h36.

Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 17h08.

Os incêndios mais desvatadores do Pantanal geram um grande volume de fumaça que fica nos céus da região de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Com a combinação de ventos e da seca que atinge também o Sudeste, há a possibilidade que parte dessa fumaça se desloque para o estado de São Paulo.

De acordo com informações do Climatempo, durante esta quinta-feira, 17, a chegada da frente fria ao litoral paulista vai mudar o fluxo de ventos no centro-sul do Brasil, direcionando no sentido de Mato Grosso do Sul para São Paulo. Isso vai fazer com que parte da fumaça do Pantanal seja transportada para as cidades paulistas, principalmente do oeste do estado.

Dependendo da quantidade de fumaça que for deslocada na quinta ou sexta, 18, para o estado, não se deve descartar a chance de repetição do fenômeno da "chuva negra", semelhante ao que se viu em algumas cidades do Rio Grande do Sul no fim de semana passado e também como a capital paulista registrou no ano passado, em 19 de agosto, em decorrência das queimadas na Amazônia.

A meteorologista do MetSul, Estael Sias, explica que toda essa fumaça é proveniente também de queimadas na Amazônia, no Paraguai e na Argentina. "Nesta semana, a capital do Paraná, Curitiba, ficou encoberta por uma grande fumaça. Um bloqueio atmosférico em cima da região, uma frente fria e a direção dos ventos favorecem o transporte da fuligem. A chuva escura ajuda a limpar a atmosfera", explica Sias.

Além do estado de São Paulo, é possível que ocorra um aumento da camada de fumaça até a próxima sexta sobre áreas do Rio de Janeiro, especialmente no centro-sul do estado, incluindo a capital fluminense, sobre a região do centro-sul de Minas Gerais e do Triângulo Mineiro.

Mesmo que a fumaça não chegue à capital paulista, a baixa umidade relativa do ar e a poluição podem levar a problemas respiratórios. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, na quinta-feira a umidade deve ficar em 20% na cidade de São Paulo, quando o ideal seria de 60%, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Incêndios florestais em São Paulo

São Paulo enfrenta vários focos de incêndio desde a semana passada. Uma das regiões mais atingidas é a Serra da Paulista, próximo da divisa com Minas Gerais, onde boa parte da vegetação foi consumida. O fogo havia sido controlado, mas no domingo, 13, as chamas voltaram, dentro dos limites do Parque Estadual de Águas da Prata.

A Serra do Mursa, em Várzea Paulista, a cerca de 60 quilômetros da cidade de São Paulo, também registra uma queimada desde a segunda-feira, 14. O fogo já consumiu mais de 2 milhões de metros quadrados, segundo a Defesa Civil. 

(Com Estadão Conteúdo)

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