Brasil

Fuga em Mossoró: diretor do presídio é demitido por Lewandowski

Detentos voltam para penitenciária de segurança máxima no Rio Grande do Norte após 51 dias da fuga

Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte (Depen/Divulgação)

Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte (Depen/Divulgação)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de abril de 2024 às 20h28.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu definitivamente o diretor do presídio federal de Mossoró, antes afastado, Humberto Gleydson Fontinele. A decisão acontece em meio à recaptura dos fugitivos Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 36, presos novamente nesta quinta-feira após 51 dias da fuga.

A demissão deverá ser oficializada no Diário Oficial desta sexta-feira, 5. Fontinele havia sido afastado do cargo em 14 de março. No lugar, foi nomeado interinamente o policial penal Carlos Luis Vieira Pires, que antes atuava como coordenador-geral de Classificação e Remoção de Presos, em Brasília.

Os detentos foram recapturados nesta quinta-feira em Marabá, no Pará. A caçada começou na manhã da quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro, e seguiu até esta quinta-feira. O Ministério da Justiça informou que eles foram detidos em uma ação conjunta das Polícias Federal e Rodoviária Federal.

A dupla foi encontrada a cerca de 1.600 quilômetros de Mossoró (RN). Inquérito da Polícia Federal apontou que os dois receberam ajuda de uma rede de apoio mobilizada pelo Comando Vermelho, facção criminosa a qual eles eram integrantes no Acre. Os dois atravessaram três Estados - Ceará, Piauí e Maranhão - para chegar ao Pará.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, os fugitivos e quatro comparsas foram encurralados por equipes da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma ponte na Rodovia Federal 222, nas proximidades de Marabá, no Pará, por volta das 13h30.

As investigações apontam que os dois planejavam ir para o exterior e contavam com "vários outros carros equipados e modernos".

Diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Andrei Rodrigues disse que ao serem abordados pelas equipes, os criminosos chegaram a apontar um fuzil. Todos foram levados para a Superintendência da corporação no Pará e devem responder pelo auxílio que prestaram aos fugitivos e também pelo porte da arma.

O ministro da Justiça explicou que os fugitivos irão retornar a Penitenciária Federal de Mossoró, que teve a direção trocada e passou por uma reformulação de protocolos e por uma melhoria na infraestrutura.

— Podemos garantir que o sistema penitenciário federal não é mais o mesmo depois do evento que ocorreu em Mossoró. Fizemos revistas e fiscalizações em todas as unidades. Mais dez mil câmeras foram adquiridas, sendo parte delas instaladas. Os procedimentos foram reforçados, com revistas diárias, e os problemas estruturais foram consertados — disse André Garcia, secretário nacional de Políticas Penitenciárias.

Acompanhe tudo sobre:CrimePrisõesPresídiosRio Grande do Norte

Mais de Brasil

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022

Justiça absolve Samarco, Vale e BHP pelo rompimento de Barragem em Mariana