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Fuga em Mossoró: buscas chegam a duas semanas com pistas de eles estariam nas vizinhanças da cadeia

Polícia já prendeu cinco pessoas suspeitas de prestarem auxílio aos dois presos, que estão há 13 dias foragidos

Fuga de Mossoró: incidente gerou uma crise no Ministério da Justiça e Segurança Pública, recém-assumido pelo ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski (Secretaria Nacional de Políticas Penais/Divulgação)

Fuga de Mossoró: incidente gerou uma crise no Ministério da Justiça e Segurança Pública, recém-assumido pelo ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski (Secretaria Nacional de Políticas Penais/Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 06h55.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2024 às 06h56.

A fuga de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça do presídio federal de Mossoró (RN) completa duas semanas nesta quarta-feira. O incidente gerou uma crise no Ministério da Justiça e Segurança Pública, recém-assumido pelo ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, por se tratar da primeira vez que alguém consegue escapar de um presídio federal.

Há indícios de que, logo após à fuga, os dois percorrerem cerca de 38 quilômetros. A dificuldade nas buscas foi agravada com as chuvas na região em Mossoró e no município vizinho de Baraúna. Depois da saída, a primeira pista da dupla foi achada na localidade do Rancho da Caça, a sete quilômetros do presídio. Os dois invadiram uma casa e roubaram roupas, biscoito, queijo, melancia, pão de forma, margarina e fósforos.

Dois dias depois, duas camisas azuis, como as dos uniformes dos detentos, uma rede e rastros de sapatilhas semelhantes às usadas pelos fugitivos foram encontrados na Serra de Mossoró, próximo ao Parque Nacional da Furna Feia. A unidade de conservação, que tem 8.494 hectares e fica entre Mossoró e Baraúna, tem 218 cavernas.

Em coletiva nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os presos ainda estão "nas cercanias" do presídio.

— As informações são que eles ainda estão na região. Hoje tivemos outra prisão, mediante mandado judicial, de um colaborador. Imaginamos que estão nas cercanias — frisou Lewandowski

Ajuda de facção carioca

A Polícia Federal levantou indícios de que os dois fugitivos estão recebendo dinheiro de integrantes do Comando Vermelho, facção nascida no Rio de Janeiro que tem forte atuação nas regiões Norte e Nordeste. Os investigadores descobriram que o mecânico Ronaildo Fernandes recebeu R$ 5 mil em sua conta para repassar à dupla.

Ronaildo Fernandes é dono da propriedade em Baraúna, na divisa entre Rio Grande do Norte e Ceará, onde os dois ficaram escondidos por oito dias. Eles chegaram ao local na madrugada de sábado (16) para domingo (17), se refugiaram em uma cabana montada no meio da roça e cavaram buracos para escapar da vista de drones e helicópteros que sobrevoam a região, que fica a cerca de 30 quilômetros do presídio. O mecânico foi preso preventivamente nesta segunda-feira sob suspeita de ter colaborado com os presos. Ele alega inocência, dizendo que foi coagido a prestar o auxílio.

Pistas

Na última segunda-feira, Nascimento e Mendonça foram vistos por moradores da região de Baraúna. Os cães farejadores chegaram a identificar o rastro deles, mas a dupla correu para dentro da mata fechada.

De acordo com o colunista de O GLOBO Lauro Jardim, a dupla foi vista novamente no dia seguinte, num vilarejo no Rio Grande do Norte. Eles foram reconhecidos por moradores e voltaram para as matas, antes da chegada da polícia.

A força-tarefa destacada para prendê-los é integrada por 540 agentes federais — da PF, PRF e Força Nacional —, além de quadros das forças estaduais.

Entenda passo a passo: Tudo o que se sabe sobre as buscas em Mossoró

Quem são os fugitivos?

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho", são do Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.

No ano passado, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Acre divulgou que Rogério e Deibson estavam entre os presos que participaram da rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves. Durante a ação, cinco detentos foram executados com requintes de crueldade, com decapitações e esquartejamentos.

Deibson estava preso desde agosto de 2015, já tendo passado também pelo presídio federal de Catanduva (PR). Ele tem condenações e responde por assaltos, furtos, roubos, homicídio e latrocínio.

Rogério, que também tem vasta ficha criminal, também cumpria pena no Acre, quando foi determinada sua transferência para o Rio Grande do Norte. Ambos são apontados como membros de organização criminosa e cumpririam pena de dois anos, até 25 de setembro de 2025.

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Outras prisões

A PF já havia prendido outros quatro homens suspeitos de ajudar os dois fugitivos do presídio federal de Mossoró. Um deles é o irmão de Deibson Nascimento. Preso na última sexta-feira, no Acre, Johnney Weyd Nascimento foi condenado por roubo e participação em organização criminosa e tinha um mandado de prisão em aberto. Além das prisões, os agentes cumpriram nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Mossoró (RN), Quixeré (CE) e Aquiraz (CE).

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