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Frente democrática é coisa do passado, diz FHC

Eleitores "não mais levam em conta a orientação dos partidos", argumentou tucano

FHC: "As pessoas hoje tomam suas decisões independente dos partidos. Por que (realizar o gesto) agora?", questionou (Nacho Doce/Reuters)

FHC: "As pessoas hoje tomam suas decisões independente dos partidos. Por que (realizar o gesto) agora?", questionou (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 14h14.

Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 14h15.

São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou ainda mais distante as chances de participar uma frente democrática em apoio ao candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad. Nesta quarta-feira, 17, o tucano argumentou que os eleitores "não mais levam em conta a orientação dos partidos".

"A frente democrática é uma expressão que havia no passado. Como disse aqui, acho que os partidos, as instituições, os sindicatos, estão um pouco escorregadios porque a sociedade mudou. Vocês acham que as pessoas vão olhar para alguma frente?" questionou o tucano, que recebeu nesta quarta o prêmio "Professor Emérito - Troféu Guerreiro da Educação Ruy Mesquita", concedido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo.

"As pessoas hoje tomam suas decisões independente dos partidos. Por que (realizar o gesto) agora?", questionou.

Após o primeiro turno, o PT trabalhou, sem sucesso, para criar uma "frente democrática" suprapartidária contra Jair Bolsonaro (PSL), atraindo candidatos derrotados no primeiro turno e lideranças políticas como o próprio FHC.

Em entrevista no último domingo, 14, o tucano afirmou que, ao contrário de Bolsonaro, com Haddad havia uma porta para diálogo, mas que ela ainda estava fechada. Questionado nesta quarta-feira sobre essa possibilidade, o ex-presidente tucano disse a porta está "enferrujada". "Acho que a fechadura enguiçou", desconversou.

Na visão de FHC, para sair da atual situação, independente do vencedor das eleições, o Brasil vai precisar superar as diferenças e criar coesão na sociedade para tirar o País da crise. Ele avisou, no entanto, que só daria as mãos a um movimento contra o autoritarismo, que defenda a liberdade, democracia e respeito à Constituição. "O Brasil precisa de frente em favor de seu povo, que implique em liberdade e democracia".

Questionado se ajudaria Bolsonaro, o tucano desconversou. "Ele não estende a mão a ninguém. Vamos ver o que ele vai dizer, fazer. Pelo que vi até agora, porque estender a mão se ela ficaria no ar?", questionou.

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