Bolsonaro: "O erro da ditadura foi torturar e não matar" - frase dita em entrevista à rádio Jovem Pan, em junho de 2016 (Ricardo Moraes/Reuters)
AFP
Publicado em 24 de setembro de 2018 às 21h17.
A justificativa da tortura durante o regime militar (1964-1985) e o desprezo pelas reivindicações por igualdade sexual e racial são constantes do candidato Jair Bolsonaro, favorito no primeiro turno nas eleições para a presidência.
Confira algumas de suas declarações:
Tortura e direitos humanos
- "O erro da ditadura foi torturar e não matar" (entrevista à rádio Jovem Pan, junho de 2016)
- "No período da ditadura, deviam ter fuzilado uns 30 mil corrutos, a começar pelo presidente Fernando Henrique, o que seria um grande ganho para a Nação" (maio de 1999, declarações difundidas pela TV Bandeirantes.)
- Na sessão da Câmara de abril de 2016, quando votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro dedicou seu voto ao coronel Brilhante Ustra, que na ditadura militar chefiou o DOI-Codi (serviços de inteligência e de repressão, acusado de cometer pelo menos seis assassinatos sob tortura). "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff", disse Bolsonaro.
- "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre", disse em comício no dia 1º de setembro em Rio Branco. Logo depois, sua assessoria declarou que "foi uma brincadeira, como sempre".
Maiorias, minorias, Estado laico
- "Deus acima de tudo. Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria que for contra, que se mude. As minorias têm que se curvar para as maiorias" (encontro na Paraíba, fevereiro de 2017).
Negros
- "Eu fui num quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles" (Em palestra no Clube Hebraica, abril de 2017).
- "Ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu" (À cantora Preta Gil, quando questionado sobre o que faria se seu filho se apaixonasse por uma negra, em março de 2011). Depois disso, Bolsonaro argumentou que havia entendido mal a pergunta e que achou que a pergunta era sobre uma possível relação homossexual de algum de seus filhos.
- "Eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? "Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade..." Bonito pra c..., pra c...! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano" (entrevista ao Zero Hora, em dezembro de 2014).
- "Eu falei que não ia estuprar você (a então deputada Maria do Rosário) porque você não merece (em discurso na Câmara, em 2003). Ao explicar a frase ao jornal Zero Hora em dezembro 2014: "Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque não merece".
- "Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo" (em uma entrevista com a revista Playboy em junho de 2011).