Cristo Redentor com as cores da bandeira da França: o país se tornou o principal alvo do terror no mundo (Reprodução/TV Globo)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2016 às 22h13.
Brasília - Depois de pedir reforço na segurança do presidente francês François Hollande, durante a sua passagem pelo Brasil para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, o governo daquele país pediu aumento de proteção na embaixada, em Brasília, e nos consulados localizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador, além de escolas.
A França se tornou o principal alvo do terror no mundo e o governo daquele país solicitou que o Brasil coloque segurança extra também nos institutos que ensinam a língua Aliança Francesa, assim como nas escolas de ensino regular de nacionalidade francesa, distribuídas em várias cidades do País.
O governo federal encaminhou o pedido às Secretarias de Segurança nos Estados. Durante as Olimpíadas não só Hollande, mas toda a delegação francesa terá segurança reforçada.
Nesta quarta-feira, mais uma reunião de acompanhamento da preparação dos Jogos Olímpicos foi realizada no Palácio do Planalto sob o comando do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
A questão da falta de experiência da empresa Artel Recursos Humanos, de Santa Catarina, contratada pela Secretaria de Grandes Eventos do Ministério da Justiça para recrutar cinco mil pessoas que farão a operação de equipamentos de inspeção de pessoas nas estradas das áreas de competição, considerada de grande preocupação pelos militares, foi discutida no encontro.
O Planalto se mostrou também preocupado com o tema, mas o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, tentou tranquilizar o governo dizendo que esses contratados a menos de 20 dias dos Jogos não serão responsáveis pela segurança nestes locais, mas apenas vão operar as máquinas de raio X, sob a supervisão da Força Nacional.
Problema semelhante ocorreu em 2012, na preparação dos Jogos Olímpicos de Londres que acabou obrigando o governo britânico a convocar, em caráter emergencial, 3,5 mil soldados para fazer a segurança do evento, despertando críticas de que o país não soube se preparar para sediar os Jogos.
Na época, o ministério da Defesa britânico, duas semanas antes dos Jogos, chamou este número adicional de soldados por conta de temores de que a empresa privada de segurança G4S não conseguiria cumprir o contrato com os organizadores dos Jogos.
A empresa G4S, que venceu a concorrência de 300 milhões de libras (cerca de R$ 950 milhões) na época, se comprometeu a fornecer 10 mil seguranças para os Jogos Olímpicos, mas não conseguiu treinar e checar todos os novos contratados a tempo.
Os militares temem que o mesmo esteja acontecendo por aqui com o agravante de que o valor do contrato fechado com a Artel, de R$ 17,3 milhões para a contratação de cinco mil pessoas, não seria suficiente para prestar este tipo de serviço, já que representaria R$ 3,46 mil para cada um dos contratados, por um mês, sem qualquer sobra de lucro para a empresa contratante.
O problema é que as Olimpíadas e Paralimpíadas duram mais do que este período. "Essa conta não fecha", observou um dos oficiais consultados pelo Estado.
SEM PROBLEMAS
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, designado para ser o porta-voz da reunião, minimizou qualquer tipo de problema e que "o governo tem absoluta convicção de que os jogos serão seguros".
Segundo ele, "o Brasil tem tratado tanto a questão da segurança pública quanto a do terrorismo com grande seriedade, mas nós temos a convicção de que adotamos as mais modernas técnicas de enfrentamento a esse tema, estão sendo disponibilizados todos os efetivos, 88 mil homens envolvidos na operação de segurança, portanto o Brasil não subestima esse tema".
Leonardo Picciani disse ainda que pelo menos 50 chefes de Estado e de governo estarão no Brasil para a abertura dos Jogos Olímpicos, no dia 5 de agosto, no estádio do Maracanã, no Rio.