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Forças Armadas vão ocupar favelas da Maré após ataques

Criminosos atearam fogo a bases da UPPs no conjunto de favelas Manguinhos, onde três áreas foram alvo de ataques

Policiamento é reforçado na Favela do Mandela, onde contêineres da UPP foram queimados, no Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Policiamento é reforçado na Favela do Mandela, onde contêineres da UPP foram queimados, no Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 15h50.

Rio de Janeiro - As Forças Armadas irão ocupar o Complexo da Maré, um conjunto de favelas localizado perto de vias de acesso ao Rio de Janeiro, informaram nesta segunda-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), depois de ataques a policiais.

Na semana passada, criminosos atearam fogo a bases de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) no conjunto de favelas Manguinhos/Mandela, na zona norte, onde três áreas com UPP foram alvo de ataques. Supostos traficantes que resistem à presença policial nas comunidades atacaram bases de apoio das unidades e balearam policiais.

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, acrescentou que inicialmente homens da Polícia Militar do Rio vão atuar na Maré para depois passar o controle ao Exército, até que seja instalada uma UPP na região, prevista para o segundo semestre.

"Vamos entrar antes do Exército, por questões de inteligência e porque temos ações para fazer lá. Entrar em uma favela no Rio de Janeiro não é problema para a polícia, o problema é se manter. Vamos passar o comando para o Exército porque não temos homens para nos mantermos lá", disse Beltrame.

Ele estima que sejam necessários 1.500 policiais para atuar permanentemente na UPP da Maré.

Essa ocupação é por tempo indeterminado. Se necessário, a presença das tropas poderá ser ampliada a outras comunidades, segundo Cardozo.


O início da ocupação e o efetivo das Forças Armadas que será empregado não foram revelados, porque equipes técnicas do governo estadual estão definindo os detalhes operacionais da ocupação.

Para o emprego das Forças Armadas, o governo do Rio de Janeiro solicitou formalmente ao governo federal uma Garantia da Lei da Ordem (GLO), instrumento legal que viabiliza ações das Formas Armadas para atuar em questões de segurança pública.

"Isso é um passo decisivo para avançarmos na área de segurança. É uma área estratégica, porque ali passam Linha Amarela, Linha Vermelha e é perto do aeroporto internacional... essa é uma área sensível", disse Cabral a jornalistas.

Cardozo disse, no entanto, que a onda de ataques não colocará em risco a realização da Copa do Mundo neste ano. O Rio receberá a final da competição, em 13 de julho.

"De forma nenhuma isso afeta a Copa. Estamos capacitados para receber os turistas e defender os moradores", acrescentou Cardozo.

Na região da Maré já existe um batalhão da Polícia Militar voltado exclusivamente para ações na comunidade e no seu entorno. A facção criminosa apontada por autoridades como responsável por comandar os ataques dos últimos dias tem uma presença pequena neste conjunto de favelas.

"Estamos dando uma resposta ao tráfico de drogas. Queremos que eles percam o território. Não interessa que facção é... é uma luta do bem contra o mal, e vamos provar que somos mais fortes", disse Beltrame, ao reiterar que a ordem de ataque a policiais partiu de traficantes que cumprem pena em presídios de dentro e de fora do Rio de Janeiro.

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