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Forças Armadas e Defesa repudiam declarações de Aziz; senador reage

Aziz considerou a nota "desproporcional" e cobrou de Pacheco que tivesse uma posição mais incisiva para defender um senador

 (Waldemir Barreto/Agência Senado)

(Waldemir Barreto/Agência Senado)

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Reuters

Publicado em 8 de julho de 2021 às 07h40.

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes das Forças Armadas repudiaram, em nota divulgada na noite desta quarta-feira, declarações do presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), por considerarem que desrespeitam os militares e generalizam "esquemas de corrupção".

Durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, acusado de participação em suposto esquema de propina na compra de vacinas contra a Covid-19 que teria o envolvimento de integrantes das Forças Armadas, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) disse que o "lado podre das Forças Armadas" estaria envolvido em falcatrua dentro do governo".

"Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável", diz a nota assinada pelo ministro da Defesa e os comandantes das Forças Armadas.

"A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos", afirma a nota.

O ministro e comandantes afirmam ainda que as Forças Armadas estão cientes de seu papel "essencial da estabilidade do país" e que pautam-se pela "fiel observância da Lei", pelo "equilíbrio" e pela "ponderação".

"As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", conclui a nota.

Mais cedo, durante a reunião da CPI em que Dias prestava seu depoimento, Aziz afirmou que "as Forças Armadas, os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo".

Pouco antes de encerrar a sessão da CPI, Omar determinou a prisão de Roberto Dias, decisão que causou alvoroço no Congresso. Em plenário, o presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG) rendeu homenagens e disse nutrir respeito às Forças Armadas.

Também em plenário, Aziz afirmou que sua fala foi "pontual" e não foi "generalizada", referindo-se, por exemplo, a Dias, que é ex-sargento da Aeronáutica, e a outros integrantes da pasta possivelmente envolvidos no suposto esquema de irregularidades.

O senador considerou a nota da Defesa "desproporcional" e cobrou de Pacheco que tivesse uma posição mais incisiva para defender um senador.

"Pode fazer 50 notas contra mim, só não me intimidem", disse Omar. "Não aceito que intimidem um senador da República", afirmou o senador.

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