Brasil

Fluxo de dependente na Cracolândia caiu 70%, diz Haddad

"Por lá, circulavam cerca de mil pessoas. Agora, circulam cerca de 300", disse o prefeito de São Paulo


	Usuários de crack se aglomeram na rua Helvétia: Prefeitura afirmou que os 386 cadastrados no programa conseguiram reduzir em 70% o consumo diário de pedras
 (Reprodução Vimeo/Prefeitura de São Paulo)

Usuários de crack se aglomeram na rua Helvétia: Prefeitura afirmou que os 386 cadastrados no programa conseguiram reduzir em 70% o consumo diário de pedras (Reprodução Vimeo/Prefeitura de São Paulo)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 14h28.

São Paulo - No balanço de um mês do programa Braços Abertos, completado nesta sexta-feira, 14, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), estimou que o tamanho do chamado "fluxo" diário da Cracolândia - ponto onde os dependentes de crack ficam consumindo e vendendo a droga - está 70% menor do que era.

"Por lá, circulavam cerca de mil pessoas. Agora, circulam cerca de 300", disse Haddad. A Prefeitura afirmou ainda que os 386 cadastrados no programa conseguiram reduzir também em 70% o consumo diário de pedras.

"Tem pessoas que estão há 30 dias sem consumir", disse o prefeito. Ele ressalta, entretanto, que recaídas são esperadas, dada a natureza desse tipo de dependência.

O fluxo ocupava uma região que ia da Praça Julio Prestes ao Largo Coração de Jesus. Atualmente, concentra-se na Rua Helvétia, no quarteirão entre a Alameda Barão de Piracicaba e a Avenida Rio Branco.

A secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, disse que a tenda do programa, também na Rua Helvétia, deve ampliar o horário de funcionamento das 17h para até as 22h já na semana que vem. Conforme o Estado antecipou, a medida é uma estratégia da gestão Haddad para reduzir também à noite o tráfico de drogas - que já diminuiu ao longo do dia.

Os atendidos pelo programa, que hoje trabalham na varrição onde praças, vão passar a ter também a opção de trabalhar em uma oficina de jardinagem a partir dos próximos dias. Serão oferecidas 80 vagas. O programa consiste em oferecer moradia, alimentação, emprego e cursos de capacitação aos dependentes. Quem participa recebe R$ 15 por dia (em pagamentos quinzenais).No último pagamento, 340 dos inscritos receberam a quantia.

A Prefeitura, no entanto, ainda não descadastrou nenhum atendido. Há tolerância com recaídas, segundo o secretário de Segurança Urbana, Roberto Porto. A Prefeitura também divulgou que o trabalho de inteligência a Polícia Civil possibilitou a apreensão de 2.700 pedras de crack na área há uma semana.

"Temos uma parceria plena com o governo do Estado. O governador está tão interessado quanto eu. Também frequenta a região e me liga de lá para avaliar o programa", disse o prefeito.

É uma mudança de discurso. No mês passado, após policiais civis do Denarc realizarem uma operação na região com bombas de gás e tiros, Haddad havia feito críticas à operação, que poderia ter quebrado, segundo ele, a confiança estabelecida entre dependentes e agentes municipais. O prefeito havia classificado a ação como "lamentável" na ocasião.

Acompanhe tudo sobre:CrackCracolândiaDrogasFernando HaddadPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitos

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência