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Flávio Bolsonaro se compromete a depor sobre caso de ex-assessor

"Comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos", escreveu o senador em seu Facebook

Flávio Bolsonaro: ele deve esclarecer as movimentações "atípicas" de seu ex-assessor (Facebook/Reprodução)

Flávio Bolsonaro: ele deve esclarecer as movimentações "atípicas" de seu ex-assessor (Facebook/Reprodução)

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Clara Cerioni

Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 14h44.

Última atualização em 17 de janeiro de 2019 às 14h25.

São Paulo — O senador Flávio Bolsonaro (PSL) se comprometeu nesta quinta-feira (10) a marcar seu depoimento no Ministério Público do Rio de Janeiro, para prestar esclarecimentos sobre a movimentação "atípica" de seu ex-assessor Fabrício Queiroz

"Comprometo-me a agendar dia e horário para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, ao MP/RJ para que não restem dúvidas sobre minha conduta", afirmou o filho do presidente em seu Facebook.

De acordo com o senador, ele falará agora que pediu uma cópia do inquérito.

Flávio havia sido convocado para comparecer no MPRJ nesta quinta para depor, no entanto ele pode optar por outra data, por conta da prerrogativa parlamentar.

Queiroz, esposa e filhas faltam

O primeiro depoimento de Queiroz no MPRJ estava marcado para 19 de dezembro. Na data, seus advogados alegaram "crise de saúde" e ele não compareceu.

Na segunda tentativa, agendada para 21 de dezembro, sua defesa alegou que não houve tempo hábil para analisar os autos da investigação. 

Além do ex-assessor, os procuradores também convocaram sua esposa e suas filhas. No entanto, a defesa alegou que elas estavam em São Paulo para acompanhar o tratamento de um câncer, segundo informações de sua assessoria.

Em entrevista ao SBT, Queiroz justificou que “fazia dinheiro” com a compra e revenda de carros. O advogado do ex-assessor de Flávio, Paulo Klein, disse que irá juntar os documentos que comprovam as suas argumentações na investigação do MP, “campo adequado para apuração dos fatos”.

“Assim que o Fabrício for liberado pelos médicos, vou me reunir com ele e bater ponto a ponto as questões e ver a documentação relacionada. Por ora o foco total e na saúde dele e na recuperação”, disse o advogado

Investigação

O ex-funcionário foi apontado num relatório do Coaf com movimentações atípicas na conta dele. O então assessor movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017. Da mesma conta, saíram R$ 24 mil depositados em uma conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O relatório foi produzido na Operação Furna da Onça, conduzida pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal para investigar corrupção na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A ação resultou na decretação da prisão de dez deputados estaduais.

A investigação das movimentações suspeitas, porém, foi transferidas para o Ministério Público do Estado do Rio, porque pode envolver parlamentares. Mais de 70 assessores ou ex-assessores de 22 deputados estaduais estão sob investigação no MP-RJ.

Também foram citadas movimentações entre o ex-assessor e suas filhas Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz. As duas já foram lotadas nos gabinetes de Flávio na Alerj. Nathalia, que é personal trainer, também já foi lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, onde estava até o mês de novembro.

Nathalia é citada em dois trechos do relatório. O documento não deixa claro os valores individuais das transferências entre ela e seu pai, mas junto ao nome dela está o valor total de R$ 84 mil. A filha do PM foi nomeada em dezembro de 2016 para trabalhar como secretária parlamentar no gabinete de Bolsonaro na Câmara.

No dia 15 de outubro deste ano ela foi exonerada, mesma data em que seu pai deixou o gabinete de Flávio, na Alerj. Nathalia recebeu em setembro, pelo gabinete de Jair, um salário de R$ 10.088,42.

A mulher de Queiroz, Marcia Oliveira Aguiar, também deverá depor. Assim como as duas filhas do policial aposentado, Márcia também era lotada no gabinete de Flávio e foi citada no relatório do Coaf.

(Com Estadão Conteúdo)

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