O MP-RJ suspeita que parte desses ex-assessores eram funcionários fantasmas (Adriano Machado/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 23 de agosto de 2020 às 14h30.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) destinou auxílio-alimentação a Fabrício Queiroz e familiares, além de parentes do miliciano Adriano da Nóbrega que foram empregados por ele enquanto era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O Ministério Público do Rio (MP-RJ) suspeita que parte desses ex-assessores eram funcionários fantasmas. Queiroz, sua família, a ex-mulher e a mãe de Adriano receberam, juntos, ao menos R$ 442,8 mil.
O auxílio-alimentação é depositado diretamente na conta do servidor, sem registro ou desconto nos contracheques. Por isso, esse dinheiro não aparece, no setor de transparência da Assembleia, como parte dos salários que eles recebiam.
Queiroz está no centro da apuração sobre a suposta prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, também investigado. O GLOBO só obteve os registros de quanto cada um ganhava mensalmente “por fora” do salário porque entrou com um pedido de Lei de Acesso à Informação.
Além de Queiroz, receberam auxílio-alimentação sua mulher, Márcia Aguiar, suas filhas, Nathália e Evelyn, e a enteada, Evelyn Mayara. Eles receberam ao menos R$ 338.172,80, mas o valor pode ser maior porque a Alerj só tem informações sobre o benefício por pessoa a partir de 2011. Queiroz, Márcia e Nathália foram nomeados para o gabinete de Flávio bem antes, em 2007. Há meses em que o benefício de Queiroz chegou a R$2.740,50, valor que se somava à remuneração.