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Flamengo defende instalação e diz que pico de energia pode ter gerado fogo

CEO minimizou informações divulgadas pela prefeitura de que o local que abrigava o alojamento não tinha licença

Mulher com flores brancas em enterro de jovem que morreu no incêndio no CT do Flamengo (Pilar Olivares/Reuters)

Mulher com flores brancas em enterro de jovem que morreu no incêndio no CT do Flamengo (Pilar Olivares/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2019 às 18h19.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2019 às 18h30.

(Reuters) - O CEO do Flamengo disse neste sábado que as instalações do Centro de Treinamento do clube, onde 10 jogadores morreram em um incêndio na sexta-feira, eram adequadas e afirmou que picos de energia, consequência das fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nesta semana, podem ter provocado problemas no aparelho de ar condicionado causando o incêndio.

Belotti disse em pronunciamento na sede do Flamengo na Gávea, zona sul do Rio, que, embora as instalações do centro de treinamento não tenham sido atingidas pela enxurrada que matou sete pessoas na cidade, a zona oeste, região que abriga o CT, foi bastante atingida e que vários picos de energia elétrica foram registrados.

O dirigente, que se recusou a responder perguntas da imprensa após seu pronunciamento, garantiu que os aparelhos de ar condicionado haviam passado por manutenção dias antes da tragédia, que matou 10 atletas das categorias de base do clube de entre 14 e 16 anos de idade que dormiam no local.

"O que nós sabemos até agora é o que a perícia do Corpo de Bombeiros nos falou --falou a alguns dos empregados do Flamengo-- que o problema começou no ar condicionado e ninguém pode garantir por que que começou no ar condicionado", disse.

"Eles (aparelhos de ar condicionado) estavam em perfeita ordem, eles funcionavam. Então pode ser, a suposição existente agora, é que esses picos de energia tenham influenciado no funcionamento regular do ar condicionado e ocasionado o princípio de incêndio. Esse incêndio começou e, infelizmente, quando tem um incêndio desse porte, com emissão de fumaça tóxica, as pessoas começam a desfalecer e a partir daí você não tem mais o controle."

Belotti minimizou informações divulgadas pela prefeitura de que o local que abrigava o alojamento não tinha licença para instalação de um dormitório, mas sim de um estacionamento, e de que o Flamengo não tinha alvará de funcionamento para o local, tendo sido autuado 30 vezes, inclusive com determinação de interdição.

"Na realidade, isso não tem nada a ver com o acidente que ocorreu. Nós temos algumas providências a serem tomadas para tornar o CT plenamente legalizado, estamos trabalhando arduamente nisso", disse o CEO do Flamengo.

"Para vocês terem uma ideia, nós precisávamos de nove certificados para conseguir o alvará. Oito deles nós já temos, estamos terminando com o Corpo de Bombeiros para em seguida ter o alvará."

O dirigente flamenguista defendeu as instalações do CT e afirmou que elas são confortáveis e que a direção do clube se orgulha delas. Disse ainda que o local tinha certificado de regularidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e que o Flamengo recebeu certificado de clube formador da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

"O que eu queria deixar claro é que nós não estamos falando de um puxadinho, nós estamos falando de um alojamento", disse o dirigente.

"A verdade é que aconteceu um acidente trágico. Não foi por falta de investimento do Flamengo, não foi por falta de cuidados do Flamengo. Afinal de contas, esse é o nosso maior ativo. Aquela turma que estava dormindo lá, é o nosso futuro. Nós prezamos muito por essa turma."

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