FT lembra que a ex-ministra foi um dos nomes populares nos protestos do ano passado (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2014 às 10h02.
Londres - O jornal britânico Financial Times publicou mais uma reportagem na edição desta sexta-feira sobre os desdobramentos políticos da morte de Eduardo Campos. A publicação diz que cresce a expectativa por eventual candidatura da Marina Silva e que a ex-ministra do Meio Ambiente "tem maior chance de derrotar Dilma Rousseff em outubro".
Apesar do tom elogioso ao perfil de Marina, o FT questiona a ex-ministra sobre o que pensa dos grandes temas, como a macroeconomia.
Na reportagem "Brasil abalado pela morte de uma estrela política em ascensão", o FT informa que cresce a chance de uma candidatura Marina Silva, mas destaca que a ex-ministra deu poucas pistas sobre os temas importantes.
"A grande questão é que tipo de Brasil que ela iria querer. Com princípios ambientalistas e evangélica convicta, é provável que a senhora Silva lute para formar alianças e vencer o poderoso lobby agrícola", diz o jornal.
O FT reconhece que Marina "defende a estabilidade macroeconômica". Apesar disso, o jornal diz que a ex-ministra detalhou pouco o que pensa sobre a economia. Diante dessa falta de detalhamento, o jornal diz que eventual candidatura Marina Silva "é um enigma para os investidores de todo o mundo".
Um dos ouvidos pela reportagem diz que a candidata poderia ser mais amigável ao mercado quando comparada à reeleição de Dilma Rousseff, mas não seria tão positiva aos negócios como eventual vitória de Aécio Neves.
A reportagem tenta, ainda, traçar um breve perfil de Marina Silva. "Ela é de confiança por parte da comunidade evangélica, respeitada por grande parte da elite intelectual do Sudeste pelo trabalho para proteção da floresta amazônica. A luta para superar a pobreza, a doença e o analfabetismo dão um apelo mais amplo", diz o FT, que lembra que a ex-ministra foi um dos nomes que ganhou popularidade durante os protestos populares do ano passado.
"Muitos a identificam como um político menos político - um outsider capaz de superar problemas endêmicos como a corrupção", diz o texto.