Brasil

Filhos e enteados de Jucá são alvos de operação da PF

Operação da Polícia Federal mira uma organização que teria desviado 32 milhões de reais em verbas públicas em Roraima

Romero Jucá: os investigados estão sendo conduzidos coercitivamente à Polícia Federal (Adriano Machado/Reuters)

Romero Jucá: os investigados estão sendo conduzidos coercitivamente à Polícia Federal (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 09h35.

Última atualização em 28 de setembro de 2017 às 11h08.

São Paulo - A Polícia Federal em Roraima, em conjunto com a Receita Federal, deflagrou a Operação Anel de Giges, na manhã desta quinta-feira, 28, com o objetivo de investigar organização criminosa acusada de peculato, lavagem de dinheiro e desvios de verbas públicas. Dois filhos e dois enteados do senador Romero Jucá (PMDB-RR) são alvo da operação.

Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos 17 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Roraima, sendo nove mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva em Boa Vista, Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).

São alvos de busca e apreensão e condução coercitiva os filhos de Romero Jucá, Rodrigo de Holanda Menezes Jucá e Marina de Holanda Menezes Jucá, e os filhos da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, Luciana Surita da Motta Macedo, Ana Paula Surita Motta Macedo.

Hamilton José Pereira, Elmo Teodoro Ribeiro e Francisco José de Moura Filho, investigados ligados à CMT Engenharia também são alvo da operação.

Na investigação foi identificado o desvio de R$ 32 milhões dos cofres públicos, tendo como origem o superfaturamento na aquisição da Fazenda Recreio, localizada em Boa Vista e na construção do empreendimento Vila Jardim, do projeto Minha Casa Minha Vida no bairro Cidade Satélite, na capital de Roraima.

São investigadas as transações decorrentes da venda da Fazenda Recreio para a construção do empreendimento Vila Jardim, bem como pela fiscalização e aprovação do empreendimento na Caixa Econômica Federal.

Os investigados estão sendo conduzidos coercitivamente à Polícia Federal, interrogados e indiciados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa que preveem penas de até 30 anos de reclusão. As investigações continuam, com análise do material apreendido e apuração do envolvimento de outros integrantes nas práticas criminosas.

O nome da operação foi inspirado na citação existente no Livro II da obra filosófica "A República" de Platão, na qual é discutido o tema da Justiça. O Anel de Giges permite ao seu portador que fique invisível e cometa ilícitos sem consequências.

Defesa

A reportagem tentou entrar em contato com os filhos e enteados do senador Romero Jucá, mas não conseguiu localizá-los. O espaço está aberto para manifestações.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoPolícia FederalRomero Jucá

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final