Jair Bolsonaro no hospital, fazendo gesto com as mãos que simula armas: Bolsonaro é um defensor da posse de armas de fogo como instrumento de defesa pessoal (@FlavioBolsonaro/Twitter/Reprodução)
Mariana Fonseca
Publicado em 8 de setembro de 2018 às 15h51.
São Paulo - Flávio Bolsonaro, filho mais velho do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, publicou nesta manhã na rede social Twitter uma foto de seu pai na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Na foto, Bolsonaro aparece sentado em uma poltrona e fazendo um gesto característico de sua campanha: cada mão imita uma arma de fogo, usando o dedão e o polegar.
De acordo com Flávio, que é deputado estadual no Rio de Janeiro e candidato ao Senado, Jair Bolsonaro "segue evoluindo" e começou a fazer sessões de fisioterapia. Flávio agradeceu mensagens de apoio e publicizou um "ato pela vida de Bolsonaro" em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Meu pai segue evoluindo e começou agora a fisioterapia.
Muito obrigado a todos pela força e pelas orações!
Pessoal do Rio de Janeiro, amanhã (domingo), às 11:00, no posto 6, tem ato pela vida de Bolsonaro, em Copacabana.
Em breve mais detalhes, tá ok?! pic.twitter.com/BMexyACPCo— Flavio Bolsonaro 177 Senador_RJ (@FlavioBolsonaro) 8 de setembro de 2018
De acordo com VEJA, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), outro filho do presidenciável, disse a jornalistas da entrada do Hospital Albert Einstein que não vê “nada que possa gerar violência”. “É um sinal dele, uma marca registrada dele, devido à sua posição contra o desarmamento. Não vejo nada de prejudicial ou de alguma coisa que possa gerar violência”, afirmou o parlamentar. Eduardo Bolsonaro também acredita que Jair Bolsonaro possa participar de alguma ação e possa voltar a falar sobre a campanha antes da realização do primeiro turno das eleições, previsto para 7 de outubro.
O candidato das eleições de 2018 pelo Partido Social Liberal (PSL) estava em campanha na cidade de Juiz de Fora (Minas Gerais) na última quinta-feira, quando sofreu um atentado a faca. Adélio Bispo de Oliveira foi prontamente levado para uma delegacia e, lá, assumiu o crime e disse que teria agido por contra própria e “em nome de Deus”. O agressor foi transferido na manhã de hoje para um presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Os advogados do autor confesso do atentado atribuíram o crime a uma reação ao “discurso de ódio” apregoado por Bolsonaro.
O presidenciável saiu da Santa Casa de Juiz de Fora (MG), onde estava internado, na manhã de ontem, em um avião que pousou no aeroporto de Congonhas. De helicóptero da Polícia Militar, ele seguiu até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. De lá, o candidato foi colocado em uma ambulância com destino ao Hospital Albert Einstein, no Morumbi. Bolsonaro foi transferido para São Paulo a pedido da família.
Bolsonaro deu entrada no hospital da capital paulista por volta das 10h45, quando iniciou uma série de exames que durou cerca de 3 horas, segundo a assessoria do hospital. Na ocasião, seu estado de saúde era considerado grave, mas estável.
O candidato do PSL mantém-se consciente, em boas condições clínicas e hoje será movimentado do leito para a poltrona, segundo boletim médico divulgado nesta manhã pelo Hospital Albert Einstein. Não houve intercorrência nas últimas 24 horas e os exames de imagem e laboratoriais realizados ontem durante avaliação médica mostraram resultados estáveis. “Encontra-se em boas condições cardiovascular e pulmonar, sem febre ou outros sinais de infecção. Mantém jejum oral, recebendo nutrientes por via venosa”, diz o hospital.
O senador Magno Malta (PR-ES), homem forte da campanha de Bolsonaro, disse hoje que o atentado a faca contra o presidenciável transformou “um limão em uma limonada”. Segundo Malta, a grande exposição que Bolsonaro passou a ter na imprensa depois do atentado serve para compensar o pouco tempo do candidato no horário eleitoral da TV, apenas seis segundos. “Vocês (imprensa) estão fazendo a campanha dele. Não eram seis segundos? Agora é 24 horas. Vocês estão fazendo”, disse Malta, que também defendeu que a imagem do ataque a faca seja usada na divulgação do candidato.
Após se solidarizarem com o ataque sofrido pelo candidato à Presidência pelo PSL, as equipes dos demais presidenciáveis iniciaram neste fim de semana uma série de reuniões internas para planejar o tom e os próximos passos da campanha. Candidatos que produziram propagandas eleitorais combatendo frontalmente Bolsonaro, como é o caso do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), avaliam dar uma “trégua” nos ataques a curto prazo.