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Filha de ex-diretor fez negócios suspeitos com Petrobras

Arianna Bachmann é suspeita de se beneficiar com "informações privilegiadas" em contratos de venda de móveis para empresas contratadas da estatal


	Paulo Roberto Costa: a PF abriu os arquivos dos computadores da empresa de Costa, onde a filha trabalhava com ele
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Paulo Roberto Costa: a PF abriu os arquivos dos computadores da empresa de Costa, onde a filha trabalhava com ele (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 07h16.

São Paulo - Uma das filhas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Arianna Bachmann, é suspeita de se beneficiar com "informações privilegiadas" em contratos de venda de móveis para empresas contratadas da estatal.

Dois contratos, que somam mais de R$ 5 milhões, são referentes ao mobiliário comprado em 2009 para as novas unidades do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) - inaugurado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010 -, obra alvo da Lava Jato e do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Em um documento apreendido pela Polícia Federal no computador da Costa Global, Arianna recebe orientações de uma mulher que assina "Crica".

Ela apresenta dados sobre o mobiliário esperado para a unidade. "O teor da mensagem sugere que Crica esteja apontando fragilidades observadas no mobiliário exposto para apreciação, por funcionários da Petrobras, visando o projeto de ampliação do Cenpes", registram os analistas da Polícia Federal.

Crica, segundo a PF, apresenta "itens a serem abordados" no encontro com representantes da estatal, "proporcionando à Arianna o acesso a informações privilegiadas".

A filha do ex-diretor, que também foi alvo da Lava Jato, atuava na época como representante de duas empresas de móveis para escritórios.

"Convém ressaltar que Arianna é representante das empresas" que fecharam contrato, "ambas do ramo de mobiliários para edificações e interessadas no fornecimento de produtos para o projeto", registra a analise pericial.

Eles abriram os arquivos dos computadores da empresa de Costa, no Rio, onde a filha trabalhava com ele.

Segundo a Polícia Federal, "Crica" pode ser Maria Cristina Nogueira de Sá Pikielny, uma das proprietárias da Italma (Multiflex do Brasil Comércio de Móveis), que é representada pela filha do delator da Lava Jato.

São pelo menos cinco arquivos com dados sobre contratos de fornecedoras ou subcontratadas da Petrobras, a maior em específico para mobília das novas unidades do Cenpe.

No material apreendido e analisado, Arianna aparentemente faria o intermédio para venda de móveis para dois consórcios formados por grandes empresas que atuaram nas obras do Cenpe. O Consórcio Citi e o Consórcio Novo Cenpe.

Nele, a Polícia Federal registra que houve adequação dos orçamentos ao contrato. Arianna tem duas empresas em seu nome a Bachmann Representações e a B & X Consultoria e Assessoria. Seu marido, tem ligações diretas com a loja de móveis 021 Móveis Carioca. Ele foi também alvo da Lava Jato.

Delatores

A família do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras foi incluída no acordo de delação premiada que ele firmou com o Ministério Público Federal. A mulher e as duas filhas de Paulo Roberto Costa também se comprometeram com uma colaboração acessória e individual à investigação em troca do abrandamento das punições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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