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Fifa negociará bebida com cidades da Copa:"Não é o fim do mundo"

Estados que têm legislações próprias proibindo a venda de álcool terão que suspender suas leis para atender à Fifa

Copa do Mundo: venda de bebidas será decidida por Estados (Getty Images)

Copa do Mundo: venda de bebidas será decidida por Estados (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2012 às 19h54.

Brasília - O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse nesta quinta-feira que a entidade irá negociar com as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 questões relativas à venda de bebidas alcoólicas nos estádios e afirmou que a situação "não é o fim do mundo".

Em junho, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei Geral da Copa, suprimindo apenas trecho do Estatuto do Torcedor que proibia a venda e o consumo de bebidas alcóolicas dos estádios.

Com isso, Estados que têm legislações próprias proibindo a venda de álcool terão que suspender suas leis para atender à Fifa, que exige a venda de bebidas nas arenas por ter uma cervejaria entre seus patrocinadores.

"A lei tem coisas que não são exatamente como nós esperávamos, mas sabemos ao menos o que nós temos que fazer, e o que temos que fazer em relação ao álcool", afirmou Valcke a jornalistas.

"O que temos que fazer é negociar cidade por cidade, com as 12 cidades, e isso é o que iremos fazer. Não é o fim do mundo", disse.


Dos 12 Estados que receberão jogos do Mundial, quatro têm legislações que vetam a venda de bebida. Mas, uma vez que os governos estaduais já firmaram acordos prévios com a Fifa acatando a necessidade de se vender cerveja nas arenas para serem escolhidas como sedes, a federação internacional não deve encontrar problema em conseguir essa liberação.

Dilma vetou ainda o parágrafo na Lei Geral da Copa que suspendia legislações estaduais e municipais sobre descontos em eventos esportivos, sob alegação de "violação ao pacto federativo", o que também forçará a Fifa a negociar com Estados a concessão do benefício.

O dirigente reuniu-se com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin, e os membros do COL Bebeto e Ronaldo.

Valcke, que envolveu-se em polêmica com o governo brasileiro após dizer, em março, que o país precisava de um "chute no traseiro" para fazer o evento acontecer diante de diversos atrasos, elogiou o ritmo das obras em estádios e disse que a parceria com o Brasil está "melhor do que nunca".

Perguntado se manteria sua sugestão, Valcke respondeu com um "não".

Este foi o último dia da visita de três dias da comitiva da Fifa ao Brasil, que incluiu vistorias nas cidades de Recife, Natal e Brasília.

Aldo também elogiou a relação com a Fifa, e disse haver "maior integração entre todos".

A Fifa anunciou também as regras para a exibição de jogos da Copa de 2014 em locais públicos. Para a transmissão sem fins comerciais com até 5 mil pessoas, a licença é automática. Para público superior a esse número, será necessária uma autorização da emissora oficial da transmissão do evento no Brasil.

Para exibições com fins comerciais, será necessário o pagamento de uma taxa que varia de 2 mil reais a 28 mil reais, a depender do público.

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