As declarações de FHC foram gravadas na semana passada e fazem parte de uma estratégia montada pela coordenação da campanha de Serra (Renato Araujo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2012 às 14h24.
São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estreou na campanha do tucano José Serra, candidato à Prefeitura de São Paulo, abordando o julgamento do mensalão em uma inserção veiculada na TV pelo PSDB, neste fim de semana.
Na peça de 15 segundos, o ex-presidente diz que os paulistanos devem votar em "um administrador honesto" e indica que essa pessoa seria Serra. "A Justiça está despertando o Brasil. Já condenou réus do mensalão e não poupou os poderosos. São Paulo não aceita quem é tolerante com desvios de dinheiro público. Vai votar em um administrador honesto, com história limpa. José Serra", afirma.
Na sexta-feira passada, foi Serra quem mencionou diretamente o caso pela primeira vez no horário eleitoral da TV.
O processo do mensalão está em julgamento no Supremo Tribunal Federal desde o início do agosto. Ex-dirigentes petistas são réus do caso. O tucano, no entanto, é apoiado pelo PR do deputado Valdemar Costa Neto, que também é acusado de envolvimento no esquema.
O candidato do PT, Fernando Haddad, voltou a criticar ontem o uso eleitoral do caso pela campanha de seu adversário. Questionado sobre as declarações do ex-presidente, afirmou que era provável que Fernando Henrique estivesse falando dobre o "mensalão do PSDB", em referência a suposta compra de votos ocorrido durante a campanha pela reeleição do então governador de Minas, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.
"Deve ter sido o (mensalão) do PSDB que ele citou (na TV). Como ex-presidente, ele tem que ter uma posição republicana e ele sabe onde começou isso. Começou em Minas Gerais com o partido dele", disse Haddad, após carreata em Parada de Taipas, zona norte da cidade.
As declarações de FHC foram gravadas na semana passada e fazem parte de uma estratégia montada pela coordenação da campanha de Serra para estancar a queda do tucano nas pesquisas de intenção de voto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.