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Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2012 às 18h19.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem que o PSDB tenha "autonomia" e comece a fazer campanha para o governador paulista José Serra antes que ele seja lançado pré-candidato à Presidência da República, o que está previsto para o dia 10 de abril. Ao mesmo tempo, voltou a criticar a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pré-campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Questionado sobre a demora no lançamento da candidatura de Serra Fernando Henrique cobrou celeridade do partido e não do governador. "Uma coisa é o candidato, outra é a campanha. Não sei por que o partido tem que esperar alguém dizer que é candidato para fazer campanha. Deve fazer logo, o quanto antes. Agora é o momento. Tem que atuar, temos que dizer a que estamos vindo", declarou o ex-presidente em entrevista na Academia Brasileira de Letras (ABL), depois de proferir a palestra "Democracia e memória em Joaquim Nabuco".
FHC reconheceu que o próprio Serra, que adiou o quanto pôde o lançamento da pré-candidatura, pode ter imobilizado os tucanos. "Mas o partido tem que ter autonomia frente ao Serra, aos seus candidatos, até que eles se declarem candidatos. É preciso difundir mais", defendeu. No entanto, reiterou que, durante a campanha, "o que conta é a palavra dos candidatos".
Campanha
Fernando Henrique lembrou que não participou ativamente de campanhas políticas quando estava na Presidência da República. "O presidente tem uma força muito grande e usar essa força, eu nunca fiz isso", afirmou, avisando que, como ex-presidente, também terá atuação discreta. Sobre o fato de Lula poder fazer campanha fora do expediente, disse que "se ele seguir a lei, vai ser assim".
Mais uma vez, Fernando Henrique atribuiu o crescimento da ministra Dilma nas pesquisas eleitorais à alta popularidade do presidente Lula. "Tudo que está sendo atribuído à candidata dele é em função dele. O que ela vai agregar vamos ver quando ela começar a se dirigir ao País, como líder. Por enquanto, ela não é líder, ele é o líder", afirmou. Ao insistir no peso da mensagem que dos candidatos, o ex-presidente afirmou que "se a candidata disser o que está no programa do PT, vai perder a eleição, o que importa é a palavra da candidata".