Ricardo Ferraço: "Tasso não está sozinho nesse projeto que ele lidera" (Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de agosto de 2017 às 18h35.
Brasília - O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), considera que o governo está atuando para tentar destituir Tasso Jereissati (PSDB-CE) da presidência interina do partido.
Sob o comando de Tasso, a legenda divulgou ontem uma propaganda nacional com críticas indiretas à gestão do presidente Michel Temer e também uma espécie de mea culpa. Veja:
"A reação que vem contra o programa do PSDB é dos governistas, está evidente a participação do governo nessas declarações", disse Ferraço à reportagem. Após a veiculação da propaganda partidária, ministros tucanos criticaram publicamente o conteúdo do vídeo.
Para Ferraço, no entanto, a reação foi "descabida e desproporcional". O senador afirmou ainda que há movimentos para que o PSDB se transforme em "em força auxiliar do governo".
"Há esforço (do governo) para PSDB se anule", continuou tucano. Ele contou que conversou com Tasso hoje e que o senador cearense descartou qualquer hipótese de renúncia.
Além disso, o presidente interino teria lembrado que, ao assumir o comando da legenda, recebeu carta branca do presidente afastado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), para tomar decisões.
"A decisão de retornar ou não à presidência do PSDB é unilateral do presidente Aécio Neves, acho que será um equívoco, mas é uma decisão unilateral dele. O projeto do Tasso está correto e coerente com os princípios e valores do partido", avaliou Ferraço.
Aliado de Tasso, o parlamentar saiu em defesa do correligionário e disse que ele continua tendo "respaldo total" dentro do partido.
"Tasso não está sozinho nesse projeto que ele lidera", frisou. Para Ferraço, o programa divulgado na quinta-feira "dialoga com os dados da vida real e faz uma crítica contundente ao esgotamento do sistema político".
"Claro que o PT é o maior responsável pelos problemas do País, mas não podemos deixar de admitir que se o sistema está colapsado nós somos parte dele ao, de alguma forma, permitirmos a incorporação dessa velha política."