Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Andrew Burton/Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 19h05.
Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 19h53.
São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou que ainda não definiu se apoiará Fernando Haddad (PT) no segundo turno, mas já descartou um possível apoio a Jair Bolsonaro (PSL).
"Nenhum dos dois é do meu agrado, mas o Bolsonaro está excluído. Não tem sentido", afirmou ao blog de Bernardo Mello Franco no jornal O Globo.
"O Bolsonaro não tem jeito. É uma folha seca que vai com o vento. E a ventania está forte", acrescentou.
Ele descartou que o Brasil corra o risco de se tornar uma Venezuela com o PT no poder e disse que ainda não foi procurado para apoio: "o pessoal do partido é bastante nariz pra cima".
Hoje mais cedo, FHC havia desmentido em sua conta oficial no Twitter as informações de que já teria dado seu apoio:
As redes divulgam que apoiarei Haddad. Mentira: nem o PT nem Bolsonaro explicitaram compromisso com o que creio. Por que haveria de me pronunciar sobre candidaturas que ou são contra ou não se definem sobre temas que prezo para o país e o povo?
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) October 8, 2018
Os candidatos vitoriosos devem dizer o que farão com o Brasil, não quem perdeu. Não concordo com o reacionarismo cultural e o descompromisso institucional de uns vitoriosos e tampouco com a corrupção sistêmica e com apoio ao arbítrio na Venezuela e em outros países.
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) October 8, 2018
Em entrevista à TV Bandeirantes em 1999, quando Bolsonaro tinha 44 anos e já estava em seu terceiro mandato como parlamentar, ele afirmou que seria impossível realizar mudanças no Brasil por meio do voto:
"Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC".