Felipão: "Eu acho que os protestos podem acontecer. Se forem protestos normais, sem quebra-quebra, eu penso que é a democracia, é uma situação social e todos têm o direito de protestar contra A ou B ou alguma coisa" (Rafael Ribeiro/CBF)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 08h32.
São Paulo - Protestos contra a Copa do Mundo ou cobrando melhorias nos serviços públicos podem prejudicar as chances da seleção brasileira na Copa do Mundo, alertou o técnico Luiz Felipe Scolari em entrevista exibida no domingo.
Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de várias cidades do país em junho do ano passado para protestar, entre outras coisas, contra os gastos da preparação para a Copa do Mundo.
Há preocupação de que protestos afetem partidas da Copa do Mundo, depois que manifestantes marcharam na direção de estádios durante a Copa das Confederações no ano passado, inclusive com diversos protestos com a polícia.
Manifestações menores continuam ocorrendo no país, que vai receber a Copa do Mundo entre 12 de junho e 13 de julho, e representam uma das preocupações para os organizadores do Mundial.
Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Felipão disse que não é contra as manifestações, mas alertou que a Copa do Mundo não é o melhor momento para seus jogadores terem de lidar com questões externas.
"Eu acho que os protestos podem acontecer. Se forem protestos normais, sem quebra-quebra, eu penso que é a democracia, é uma situação social e todos têm o direito de protestar contra A ou B ou alguma coisa. Mas não sei se seria a hora de acontecer", disse Felipão.
Perguntado se os protestos podem causar dificuldades para os jogadores, o técnico respondeu: "Podem, e muito." "Eles são jogadores da seleção brasileira que estão com uma missão. Então, eles podem pensar, eles podem se expressar, podem dizer assim: ‘olha, eu também gostaria de um Brasil melhor', mas que aquilo não seja uma parte que vai nos causar dificuldade dentro do nosso ambiente." A presidente Dilma Rousseff afirmou este mês que o Brasil terá uma segurança "pesada" durante a Copa do Mundo e garantiu que o governo não vai deixar que o evento seja contaminado por qualquer tipo de violência.